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sexta-feira, 3 de maio de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 06/09/2023

Grito dos Excluídos 2023 tem como tema: ‘Você tem fome e sede de quê?? A vida em primeiro lugar’

Há 29 anos o Grito dos Excluídos e das Excluídas vem mudando o rosto do dia 7 de setembro no Brasil. O dia da pátria! Dia da Independência! A data não é mais exclusiva para desfiles cívico-militares, com alegorias à força do “Grito do Ipiranga”, de 7 de setembro de 1822. A articulação “Grito dos Excluídos e das Excluídas”, por organizações sociais da Igreja e dos movimentos populares, não se restringe ao dia da pátria, mas se estende por todo o ano com formações, articulações, reuniões, eventos culturais e audiovisuais. 


Com o tema permanente, “Vida em Primeiro Lugar”, o 29º Grito, traz o lema “Você tem fome e sede de quê? ”. Uma conexão com o tema da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, mas também com a realidade que mais grita no Brasil nos últimos quatro anos: a fome. E esta se multiplica por vários fatores. Não apenas a fome de comida, mas de direitos básicos. 

 

5 eixos gritantes

O grito das políticas públicas 

Não há dúvidas que as políticas públicas que corroboram a superação da fome sofreram muitos cortes de recursos com os governos Temer, Bolsonaro e o congresso nacional que tem legislado na última década. O projeto neoliberal avançou para ultraliberal. Em outras palavras, restrição de políticas públicas e redução do Estado. Foram sucessões de atos como terceirização irrestrita, reforma trabalhista, reforma da previdência, teto dos gastos, privatizações, priorização da dívida frente às políticas públicas de educação, saúde, assistência social. 


O grito da Democracia e da Soberania 

A frágil democracia de 35 anos (desde 1988), já passou por várias emendas e alternâncias de grupos no poder. E nos últimos dez anos também vem sofrendo ataques que chegou ao seu ápice no 8 de janeiro de 2023. Um episódio ainda com muitas nuanças, que a CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro já está explicando. A justiça está desvendando outros aspectos. O fato é que há que se gritar e defender o sistema democrático. Democracia não é apenas a escolha de governo, mas construir uma cultura democrática. Toda a sociedade deve se tornar democrática. 


O grito contra as violências estruturais

A escravidão durou “oficialmente” 340 anos. Mas, seu legado ainda persiste até hoje na sociedade. A marca do racismo estrutural, que para uma parte da população é “culturalmente aceitável”, segue determinando quem fica desempregado, quem sobrevive em situação de rua, quem mora nas periferias, nas ocupações, quem prevalece como maioria nas prisões e nos índices de vítimas de assassinatos. Lado a lado com esse legado, grita-se também contra o machismo e o patriarcado que dissemina um acultura de morte. 


O grito dos Povos Originários 

Não há como deixa de gritar contra o marco temporal das terras dos povos indígenas. O caderno de conflitos da CPT aponta que 2022 os primeiros alvos da violência foram os povos indígenas. O relatório de violência contra essa população em 2022, organizado e lançado em 2023, pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi, aponta que entre 2019 e 2022 foram registrados 795 assassinatos de indígenas. Morreram também 3.552 crianças indígenas, de 0 a 4 anos de idade. O assassinato de mãe Bernadete, do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, BA, é um retrato da perseguição que as comunidades quilombolas sofrem por aqueles que disputam seus territórios. 


Grito contra as desigualdades, economia que mata e a injustiça social 

A fome é o resultado de uma economia concentrada nas mãos de uma minoria numérica que se conta facilmente nos dedos das mãos. A restrição de direitos, redução de investimento e má gestão das políticas públicas oferecidas empurram os pobres para o vale da fome, insegurança alimentar e das péssimas qualidades de vida. O problema das taxas de juros elevadas segue sugando o dinheiro dos pobres para enriquecer os bancos. Há que gritar, em alto e bom som, pela redução das taxas de juros, pela taxação das grandes fortunas e pela reparação da dívida pública. 


Princípios de um grito profético 


O Grito dos Excluídos e das Excluídas é carregado de anúncios e princípios. 

A solidariedade é a retaguarda da vida entre os pobres.  Um elo que fortalece e transforma os gritos em serviço. São mutirões para superar a fome, o desemprego, a má qualidade na educação, a ausência de moradia, a miséria. São inúmeras cestas básicas, cursos profissionalizantes, projetos educacionais de “reforço” educacional, cozinhas solidárias, marmitas solidárias, entre outros tantos grupos solidários diante de tantos sofrimentos. 


Organização e unidade. O Grito tem sido um dos poucos momentos no Brasil que reúne uma convergência de forças sociais, sobretudo entre pastorais de Igrejas e movimentos populares. Isso é fundamental da articulação do Grito. Esse princípio deve ser fortalecido em busca de uma unidade nas lutas convergentes: fortalecimento de classe e questões estruturais. 


Um dos princípios fundamentais do Grito (e de qualquer atividade de articulação social em torno dos problemas reais do povo) é a formação na ação. Nesse espaço de convergência a gente aprende a lidar com muitas questões na área cognitiva da luta: leitura da realidade, trabalho em equipe (democrático), priorização de pautas, exercício de liderança, diálogo institucional, trabalho de base, educação popular. 


O Grito é uma corrente de criatividades. Desde a preparação com rodas de conversas (virtuais e presenciais), sarau cultural, plenárias populares, manifestações de ruas, praças, comunidades, programas de rádio, TVs, vídeos, faixas, cartazes, bandeiras, teatros, dentre outras tantas formas de expressar o grito do povo. 


Este ano, 2023, é o primeiro Grito durante um governo progressista, após seis anos de aniquilamento das políticas públicas. Portanto, um grito pela reconstrução do Brasil, que priorize todos os brasileiros e brasileiras, na sua diversidade e especificidade. Esse exercício da articulação do Grito deve ser um ensaio de muitas lutas (pressão) que as forças populares devem manter solidária, organizada e unida na defesa da democracia, dos povos, dos direitos e da ecologia integral. 

PROGRAMAÇÃO NO ESTADO DE SP

SÃO PAULO


São Paulo – 7/9 – 9h00 – Praça Oswaldo Cruz/Paulista; Caminhada até Ibirapuera – contra o genocídio do povo negro, indígenas e quilombolas, contra a privatização da Sabesp, em defesa do SUS, pelo fim da violência contra as mulheres, pela prisão de Bolsonaro. 


São Paulo – 7/9 – 8h00 – Café com as irmãs e irmãos em situação de rua, 9h30 – Praça da Sé; 9h30 – Ato público pelo direito à cidade, contra o despejo da Comuna da Terra Irmã Alberta, direito à vida, direito à saúde pública, direito à mordia, em apoio ao trabalho de solidariedade do Padre Júlio Lancelotti, direito à educação pública e de qualidade, direito ao emprego com direitos, pela demarcação das terras indígenas. Haverá coleta de roupas, sapatos e alimentos no local.


Aparecida – 7/9 - 06h00 - Concentração dos romeiros/as e manifestantes do Grito na Praça Nossa Senhora Aparecida, em frente à Basílica Histórica, onde haverá mística; 07h30 – Início da caminhada até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Percurso: Monte Carmelo, Travessa Cônego Henrique, Rua Oliveira Braga, Rua Maestro B. Barreto, Av. Getúlio Vargas, atravessando a rodovia de ligação BR  488; 08h20 – Chegada ao Santuário / Celebração do Grito; 09h00 – Missa celebrada por Dom Reginaldo Andrietta e transmitida ao vivo pela TV Aparecida. 


Barretos – 7/9 – 17h00 – Catedral.


Campinas e região – 7/9 – 9h00 – Concentração Praça Largo do Pará.


Guarulhos (Diocese) – 2/9 – 9h00 – concentração em frente à prefeitura/ Fome e sede em relação à saúde; Caminhada até o Hospital Municipal para um abraço.


Jaboticabal – 2/9 - no Horto florestal Guarani, com a participação da pastoral dos migrantes da diocese de Jaboticabal


Louveira – 7/9 – 9h – Celebração do Grito na Paroquia N. Sra. Mae dos Homens, presidida por Dom Arnaldo Carvalheiro Netos (reúne a Diocese de Jundiaí)


Mauá – Romaria a Pé – 01/9 – Saída da Paróquia São João Batista de 24 caminhantes e mais quaro pessoas de apoio. Chegada em Aparecida/SP – 5/9 – entre 11 e 12 horas.


Mogi das Cruzes/Região Alto Tietê/SP – 7/9 – 8h30 (falas); 9h00 – Missa; Café; Caminhada até Praça Cívica; Ato Público contra micropolítica do governo estadual, contra pedágio na Mogi-Dutra, contra privatização da Sabesp e outras. 


Santos/Baixada Santista – 7/9 – 9h00 – Concentração Paróquia Sagrada Família, Praça Bruno Barbosa, Castelo; 9h30 - Ato Inter-religioso, na proposta da Cultura e Paz; 10h00 – Abertura das falas quatro grupos; 10h15 – Reflexão Mães de Maio; 10h30 - Abertura para falas 4 grupos, coletivo ou movimento; 10h45 – Rodas de Conversa: Violências - Claudia Bernardo, Salete Santos, Yvie Favero, mães de maio, Juros Altos – Eliza Riesco, Célia Amado, Trabalho, emprego e renda – Carlos Riesco, Eneida Koury; 11h30 - Abertura para falas 4 grupos, coletivo ou movimento; 11h45 – Caminhada – proposta de 3 paradas com fala de dois representantes daqueles que participaram das rodas de conversa; 12h15 – Encerramento; Gesto Concreto: Alimentos não perecíveis.


São Bernardo do Campo – 7/9 – 8h00 – Missa Igreja Matriz de São Bernardo do Campo, celebrada pelo bispo Pedro Carlos Cipolini; 9h00 – Concentração, Café e esquenta na Praça da Matriz; Caminhada até à sede do Projeto Meninos e Meninas de Rua, Rua Jurubatuba, com várias paradas e expressão de gritos; 11h30 - Mística inter-religiosa; 12h00 - atividades culturais e lanche. Atividade reúne a região do ABCDMRR.


São Sebastião – 7/9 – 9h30 às 18h30, Clube Portal da Olaria, Rua da juventude, 35, com Mesas de debates; Feira Agroecológica; Ato público e apresentação musical, é organizado pelo Coletivo Caiçara (reúne as cidades do litoral norte - São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba)


São José dos Campos – 7/9 – 8h00 – Em frente Matriz São José, no centro. Sede de derrubar a Lei 651 que permite que o prefeito junto com a polícia derrubarem casas sem liminar judicial, com violência.


Pradópolis


Taubaté Fonte: FONTE GRITODOSEXCLUÍDOS
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