Movimentos ocupam Praça do Ciclista em solidariedade ao ex-presidente Lula preso há um ano.

A voz de 10 mil pessoas ecoou na praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a Consolação, neste domingo (7), quando a prisão do ex-presidente Lula completa um ano.

O ato realizado por movimentos populares e militantes marcou não apenas a solidariedade a uma das figuras de maior relevância da democracia brasileira, como também apontou para as arbitrariedades do Poder Judiciário nos últimos doze meses, diante de um processo permeado de irregularidades.

Ações em defesa de Lula ocorreram, além da cidade de São Paulo, por diferentes estados brasileiros, e em cidades do exterior, como Madri, Boston, Cidade do México, Londres e Berlim.

“As mobilizações representam a luta dos que defendem a democracia no mundo inteiro e que são contra a prisão política de Lula. Mais do que nunca é preciso libertar nosso ex-presidente, bem como aqueles e aquelas pessoas que hoje estão presos de forma injusta. Nosso grito seguirá ecoando por todo mundo até que a sua liberdade aconteça”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, durante a manifestação na capital.

Resistência popular

Uma intervenção cultural intitulada “A onda vermelha”, com a participação de lideranças populares e artistas, também coloriu a cidade. O clima na Avenida Paulista, segundo a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Produção, Transporte, Instalação e Distribuição de Gás Canalizado do Estado de São Paulo (Sindgasista), Deise Capelozza, demonstrou o quanto as pessoas estão dispostas a lutar.

“Todo mundo entende o que Lula significa para o país. Ele significa a nossa liberdade, a democracia verdadeira. Ele representa a soberania de nosso país”, disse.

Um dos representantes da Frente Brasil Popular, o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Paulo Rodrigues, lembrou durante as atividades em São Paulo como foi sua visita ao ex-presidente Lula na última quinta-feira (4).

“Encontrei o presidente Lula com autoestima, animado, convicto de suas responsabilidades. Ele disse: “João Paulo, eu estou muito mal no presídio, mas não tenha dúvida de que o povo brasileiro, os pobres e a classe trabalhadora estão numa situação muito pior do que a minha. Portanto, é importante que lutem para me tirar deste presídio, mas também lutem em defesa do povo brasileiro”, relatou.

Ações internacionais - O ato em São Paulo faz parte da Jornada Internacional Lula Livre que ocorre no Brasil e em outros países do mundo entre os dias 7 e 10 de abril. As atividades são organizadas por movimentos populares que defendem a liberdade de Lula e consideram a sua prisão uma perseguição política por alguns setores da sociedade. 

  Fonte: CUT/SP