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domingo, 5 de maio de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 31/01/2018

Seeb/SP: Santander aciona PM contra direitos dos bancários

Paralisação no call center do Vila é contra mudanças unilaterais que prejudicam trabalhadores; Sindicato cobra negociação e mantém resistência pacífica diante da pressão do banco que se recusa a negociar e usa polícia para barrar o protesto.

Desrespeito às conquistas e também ao direito de mobilização dos trabalhadores. Essa é a verdadeira cara do Santander, revelada mais uma vez na quarta-feira 31, quando a Polícia Militar foi acionada diante do protesto dos bancários. O call center do Vila amanheceu fechado contra mudanças prejudiciais impostas aos empregados pela direção do banco.

Um bancário relatou um dos muitos problemas enfrentados na rotina do banco. “A gente tem que justificar as horas extras e mesmo se não concordarmos com alguma data, o banco obriga a assinar. Não existe negociação nenhuma e por causa dessa mudança nós não recebemos mais hora extra. Cabe a nós simplesmente aceitar essas novas regras, porque se não roda. Está todo mundo com medo.”

“É lamentável essa postura do Santander”, critica Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial e funcionária do banco espanhol. “Apelar para força policial em detrimento ao diálogo. Isso mostra que o Santander não respeita os trabalhadores, que tem uma postura antissindical. Não é possível que tente implementar medidas que retiram direitos e se negue a discutir esses temas com o Sindicato. Isso é desrespeitoso”, diz Rita, lembrando que o Brasil é o país responsável pela maior parte do lucro do banco no mundo. 

Resistência pacífica – Apesar da pressão da PM, a paralisação no Vila Santander continua contra a implementação dos horrores da reforma trabalhista. Representantes dos trabalhadores fizeram um tapete humano para evitar que os bancários fossem forçados a entrar para trabalhar sob escolta da polícia. 

“Não podemos aceitar que os trabalhadores sejam explorados, desrespeitados dessa forma. O fato de o Santander chamar a polícia mostra a postura do banco. Nós queremos negociar, nos chame pra negociar. O Sindicato reage e estamos reagindo a uma posição do Santander de se negar ao diálogo. E não adianta mandar comunicado para a rede dizendo que sempre foi aberto ao diálogo porque é mentira e os trabalhadores sabem disso. Estamos o ano inteiro aqui e eles respeitam o movimento sindical. Os trabalhadores se negaram a entrar apesar da força policial que teve uma postura decente. Santander, se não quer conflito, chame para dialogar, porque é isso que nós queremos”, ressalta a dirigente.

Reforma que é desmonte – “O Santander não convocou o Sindicato para fazer as negociações e tem implementado à revelia dos trabalhadores a reforma trabalhista. Para isso, eles precisam da força policial. Nós sabemos que o setor financeiro é o que mais lucra nesse país, então por que não pode fazer as coisas de forma negociada com o movimento sindical?”, questiona a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que também está ao lado dos trabalhadores no Vila.

“Aí é o estado servindo ao sistema financeiro: é a polícia a serviço do banco, coagindo e constrangendo os trabalhadores que chegam aqui e não querem entrar, que estão ao lado do Sindicato, pois sabem que estão sendo lesados pela política do governo Temer”, relata o diretor do Sindicato Carlos Damarindo. “Nessas horas, o estado é importante para o Santander: os PMs estão caçando bancário para coagir e forçar a entrar para trabalhar. É muito estranha essa relação entre a PM e o Santander, mas já é algo costumeiro aqui para nós.”

“O Santander não negocia com os bancários e ainda chama a polícia quando protestam contra todo esse desrespeito do banco”, critica Maria Rosani, Comissão de Organização dos Empregados do Santander. “Os banqueiros, apoiadores do golpe, querem acabar com os direitos, com a organização dos trabalhadores e querem usar força policial para isso. Não vamos aceitar!”

  Fonte: Seeb/SP
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