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sábado, 18 de maio de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 25/07/2017

Faltam políticas de incentivo à tecnologia para garantir mercado aos jovens no futuro, diz professor

Mario Salerno participou de discussão sobre novas formas de trabalho diante da tecnologia.

O professor titular do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, Mario Salerno foi o convidado da segunda mesa de sábado (22) da 15ª Plenária Estadual – Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-SP.

O engenheiro de produção abordou o tema “Inovações Tecnológicas e o Mundo do Trabalho – Impactos na Sociedade” e falou sobre a evolução da tecnologia ao longo dos anos e as transformações dos postos de trabalho nas empresas com produção manufatureira. A mesa foi coordenada pelos dirigentes da CUT-SP, a secretária de Juventude, Cibele Vieira, e o secretário de Organização Sindical, Hélcio Marcelino.

Ex-técnico do Dieese, Salerno participou, nos último anos, de pesquisas comparando as políticas de manufatura avançada da Alemanha e dos Estados Unidos, com foco nesse último, onde esteve fazendo levantamento em junho de 2016, envolvendo a Casa Branca, ministérios da Defesa, da Energia e do Comércio, conselho de competitividade, universidades e alguns centros de manufatura avançada.

Ele ressaltou a participação direta do governo estadunidense nos estudos para modernização dos serviços, investindo pesado em tecnologia e na atuação de ministérios relacionados à pesquisa e inovação.

Sobre o Brasil, o professor lamentou a falta de investimentos na área, conhecida como Indústria 4.0, sobretudo no desenvolvimento de projetos. “A fabricação também é importante, mas só fabricar não adianta. Nunca vai ter uma autonomia no país se não conseguir dominar projeto. Têm empresas e institutos tentando fazer alguma coisa, mas são limitadas”, afirmou.

Para ele, houve políticas de incentivo à inovação que começaram timidamente no país nos fim dos anos 1990 e começo dos 2000, fortalecidas, posteriormente, no primeiro governo Lula (2003-2007). No entanto, hoje há pouco interesse nesse campo, gerando uma reação em cadeia. “A tendência é que as empresas brasileiras que fazem alguma coisa desacelerem seus projetos de longo prazo de produtos inovadores”.

Quanto ao impacto dessa falta de investimentos em tecnologia na vida dos trabalhadores, Salerno diz ser imprevisível o futuro modelo do mercado de trabalho.  “É muito difícil dizer o que vai acontecer, agora existe uma tendência de migração de emprego das atividades mais diretas para algumas atividades indiretas”.

Mas o especialista cita algumas áreas com demandas necessárias ao país: software e em manutenção dos programas de desenvolvimento. “O Brasil é muito fraco nesse campo. Tem muito pouco engenheiro de computação, pessoas formadas em software, programação etc. Uma política pública precisaria centrar em oferecer mais formações nessas áreas, para que os jovens daqui a 20 ou 30 anos tenham mais possibilidades de se engajarem no que tende a ser a sociedade daqui pra frente”, finalizou.

  Fonte: CUT/SP
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