‘’Campanha nacional não é apenas dos bancários porque está sempre inserida na conjuntura atual do país’’, disse Juvandia Moreira
Ana Lúcia Ramos Pinto, secretária geral da FETEC-CUT/SP abriu a mesa sobre Conjuntura Política e Sindical na 26a Conferência Estadual, com Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, e Raimundo Suzart, presidente da CUT Estadual, como convidados.
Raimundo analisou o quanto a situação do Estado de São Paulo piorou com as eleições de Dória (PSDB) e, posteriormente, de Tarcísio de Freitas (PL). Ele destacou a perseguição aos movimentos sociais, a ênfase nas privatizações e o desmonte da saúde, segurança e assistência social. ‘’Sem dar condições da criação de empregos, muita gente acaba indo viver nas ruas’’, disse.
O presidente da CUT SP criticou a ação brutal da polícia militar sob a coordenação de Guilherme Derrite na Secretaria de Segurança, que tem reprimido manifestações dos trabalhadores. “Foi o que ocorreu com a Apeoesp nesta semana, com a atuação extremamente agressiva da PM contra professores e também contra os estudantes que protestavam contra a implantação das escolas cívico-militares. Esse é o tratamento que estamos recebendo do atual governo, que não investe na saúde, na educação e também desmantela os órgãos de fiscalização”, afirmou.
Raimundo enfatizou a importância das eleições municipais e a necessidade de a classe trabalhadora se organizar para garantir representantes nas câmaras, prefeituras e Congresso. Ele destacou também a relevância do engajamento dos trabalhadores nas redes sociais. “As eleições municipais são cruciais para a classe trabalhadora. Precisamos nos fortalecer no estado de São Paulo, apoiando nossos candidatos tanto nas redes quanto nas ruas”, afirmou.
Para além da Campanha Nacional
Juvandia Moreira afirmou que a campanha nacional não é apenas dos bancários, mas está inserida na conjuntura política atual do país. Ela lembrou da última campanha, que ocorreu durante o golpe contra a presidenta Dilma, a Lava Jato, que resultou na eliminação de milhares de empregos e no fechamento de empresas, e o lawfare que levou ao golpe e à prisão de Lula, culminando na eleição de Bolsonaro. “Foi um ataque à democracia, aos direitos e ao processo civilizatório, cultural e social, algo que tem sido muito difícil de retomar”, destacou.
“A agenda neoliberal estava em alta nos governos Temer e Bolsonaro, com ataques às instituições. Inclusive a imprensa tradicional, que tanto apoiou o golpe, acabou sendo atacada pelo bolsonarismo”, disse Juvandia. Ela destacou o enfraquecimento das negociações coletivas, a liberação da precarização e terceirização, e a retirada da homologação dos sindicatos. “Eles não foram além porque resistimos! Por isso, é importante lembrar constantemente o que aconteceu e nos prepararmos para o que pode vir”, afirmou.
Juvandia destacou que a eleição de Lula foi fundamental para a classe trabalhadora e para a retomada do Brasil e das instituições. “No entanto, é preciso lembrar que metade do orçamento está no Congresso Nacional. Essa correlação de forças acaba interditando pautas de suma importância. Precisamos comunicar isso à classe trabalhadora e mostrar o impacto disso em nossas vidas e nas de nossas famílias, com a ausência de direitos e a queda na qualidade de vida”, afirmou.
Vítimas tecnológicas
Juvandia analisou que estamos vivendo uma mudança disruptiva do mundo que conhecíamos, impulsionada pelos avanços tecnológicos. Essa transformação tem aspectos positivos, mas também processos extremamente negativos, como centros esvaziados, o fechamento de lojas, golpes e fraudes que vitimizam milhares de pessoas, e empregos sendo duramente afetados.
Ela lembrou que as pautas dos trabalhadores entregues ao presidente Lula ou já foram atendidas ou estão em andamento como a volta do Ministério do Trabalho, mas muitas decisões ainda estão represadas por conta do atual Congresso.
A presidenta da Contraf-CUT considera fundamental representar e discutir a regulação do sistema financeiro. ‘’Hoje, há bancos sem bancários, sem agência, o que precariza e impacta todo o sistema. Fazer esse debate é um desafio nosso. Na Marcha da Classe Trabalhadora entregamos essa pauta ao Ministério da Fazenda, e que certamente será um tema de suma importância em nossa campanha’’, conclui Juvandia.
Todas as forças políticas que compõem a Federação fizeram uso da palavra nesta mesa.
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Fonte: FETEC CUT SP