As denúncias da Operação Lava Jato continuam a todo vapor, dando munição para o “terceiro turno” da campanha eleitoral e para a alavancagem do conservadorismo e o ódio de classe. Com a eleição do deputado conservador Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, amplia-se a crise política. O Governo Federal não consegue fazer andar a agenda positiva e lança mão de medidas recessivas, numa tentativa de conter o avanço da crise econômica. A CUT avalia ser um erro do Governo Federal e apresenta alternativas que visam a manutenção dos empregos e a volta do crescimento econômico. A classe trabalhadora, com efetiva participação da categoria bancária, sai às ruas para lutar contra a pauta conservadora, que impõe perdas de direitos trabalhistas. Consegue, no Senado, barrar a aprovação do PLC 30/2015 (antiga PL 4330/2004), que abriria as porteiras para a terceirização. A categoria se une contra a tentativa dos banqueiros de nos impor perda salarial. Depois de uma greve de 21 dias, com grande adesão, os bancários conquistam reajuste salarial acima da inflação. São 12 anos de aumento real no salário!
Em 2014 o Brasil foi contagiado por uma onda conservadora anti-petista, municiada pela Operação Lava Jato e sua metodologia de investigação/acusação. As denúncias também serviram de munição aos partidos de direita que fazem oposição ao projeto democrático e popular. A disputa eleitoral à Presidência da República foi acirrada. Principalmente no segundo turno, a militância dos partidos de esquerda, sindical e dos movimentos populares se uniram e saíram às ruas para defender a continuidade do governo e das transformações sociais que este está proporcionando. No setor bancário, vimos a extinção de postos de trabalho, em contraste com o mercado de trabalho em geral, que gerou quase 400 mil novas vagas. A Campanha Nacional dos Bancários conquistou aumento real pelo 11º ano consecutivo para a categoria, além da inclusão de nova cláusula na CCT, prevendo a adoção de mecanismos de combate às metas abusivas e ao assédio moral, bem como adiantamento de 13º salário para os afastados, realização de seminários sobre novas tecnologias, negociações com o movimento sindical sobre programas de reabilitação profissional, realização de campanhas de combate ao assédio sexual nos bancos e adoção de medidas para garantir o usufruto de direitos aos casais homoafetivos. O II Censo da Diversidade no setor financeiro, uma conquista da campanha passada é realizado em 2014.
Na Campanha Nacional 2013, os bancários alcançaram importantes conquistas políticas e econômicas, como fruto da maior greve dos últimos 20 anos. Foram 23 dias de paralisações em mais de 12 mil postos de trabalho, dentre agências, centros administrativos e call centers em todo o país, sendo mais de 1.600 locais na base da FETEC-CUT/SP e 872 agências fora da capital paulista. Como resultado, a categoria assegurou a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com a manutenção da política de aumento real pelo décimo ano consecutivo, valorização do piso e melhoria da distribuição dos lucros na PLR, além de novas cláusulas, dentre as quais a da criação do Grupo de Trabalho (GT) dos Adoecimentos na categoria, da proibição de envio de SMS aos bancários com cobranças de metas, da instituição do abono assiduidade, da adesão do sistema financeiro ao programa do governo federal do Vale Cultura e da realização em conjunto com a Fenaban do Seminário sobre Mudanças Tecnológicas no setor. Paralelamente às mobilizações da campanha nacional, os bancários, juntamente com outras categorias, levaram para as ruas uma forte mobilização contra o PL 4330 das terceirizações. O ano de 2013 também foi marcado por manifestações populares e denúncias de corrupção nas obras do metrô de SP. Dentre as políticas do governo federal, tiveram destaque o Programa Mais Médicos, a implantação da Casa das Mulheres e intensificação do Viver sem Limite - Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, além de inúmeros programas de cotas. O governo da presidenta Dilma fechou o período cumprindo com folga a meta de R$ 73 bilhões do chamado “superávit primário”, que é a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública, além de melhoria da atividade econômica, com ganhos significativos nos índices de emprego e consumo das famílias.
O ano de 2012 foi marcado pela diminuição da desigualdade de renda no Brasil, tendo sido registrada uma evolução média de 8% na renda per capita das famílias e substancial avanço no rendimento dos 10% mais pobres da população: 14%. Com isso, mais de três milhões e meio de pessoas saíram da linha de pobreza e 1 milhão, da extrema pobreza. Outro fato marcante foi a investida do governo federal para a queda das taxas de juros e aumento dos limites de crédito, como instrumento para alavancar a economia do país contra os reflexos da evolução da crise financeira nos EUA e Europa. Como consequência da política governamental desencadeada a partir do Banco do Brasil e Caixa Federal, os bancos privados se viram obrigados a também baixarem as taxas para manter a competitividade no mercado. Mesmo com as políticas acertadas do governo federal, os bancos dificultaram as negociações salariais alegando riscos diante da crise internacional. A unidade da categoria derrubou o argumento dos banqueiros de que reajustes acima da inflação acirrariam o índice inflacionário, consolidando a política de aumento real pelo nono ano seguido, a valorização dos pisos de ingresso pelo terceiro ano consecutivo, e dos auxílios alimentação e refeição, melhorias na PLR, além da conquista de avanços sociais, dentre os quais aprimoramento dos mecanismos de combate ao assédio moral, implantação de projeto-piloto para ampliar a segurança nas agências e realização de um novo censo sobre raça e gênero, visando maior inclusão dentro dos bancos. Após dois importantes momentos para os bancários – o 3º Congresso da Contraf-CUT e o 11º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), a FETEC-CUT/SP fechou o ano realizando seu 9º Congresso, com o tema “Consolidando conquistas. Construindo avanços”. Realizado de 23 a 25 de novembro, em Atibaia (SP), o 9º Congresso da FETEC-CUT/SP aprovou um plano de lutas focado na defesa da categoria e na evolução do projeto dos trabalhadores para a sociedade brasileira.
No ano em que os bancos lançaram mão de mais uma onda de demissões, a FETEC-CUT/SP apostou no fortalecimento da categoria, desenvolvendo sua primeira Campanha Unificada de Sindicalização. Com duração de oito meses, a campanha mobilizou toda a base da federação cutista, resultando em aumento de 20% no número de sindicalizações no interior do Estado, além da ampliação do vínculo entre trabalhadores e sindicatos. Um saldo bastante positivo para instrumentalizar a luta dos bancários na defesa do emprego, por melhores condições de salário e de trabalho, bem como por melhor prestação de serviços à população. Como fruto das lutas sindicais, o ano também ensejou aos bancários uma Campanha Nacional vitoriosa, com manutenção da política de aumento real, fortalecimento do piso da categoria, PLR maior e importantes conquistas nas questões relacionadas às condições de trabalho, dentre as quais a inclusão de nova cláusula na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), proibindo o transporte de valores por funcionários dos bancos. Além de organizar as lutas da categoria no Estado, a FETEC-CUT/SP e sindicatos filiados participaram ativamente das campanhas desenvolvidas pela Central Única dos Trabalhadores em defesa do trabalho decente, por igualdade de gênero, defesa dos direitos dos trabalhadores com deficiência, contra as terceirizações, bem como para a criação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da cidadania plena dos trabalhadores e da sociedade.
Trabalho decente com renda, desenvolvimento nacional e fim das injustiças sociais voltam à pauta em mais um ano eleitoral, quando os trabalhadores reforçam a sua opção de continuidade de construção do projeto democrático de Nação. A partir dessa atuação, a FETEC SP criou um novo conceito, o de Sindicato Cidadão, levando os sindicatos filiados a extrapolarem a atuação sindical, para também atuarem por melhorias regionais e mais qualidade de vida aos trabalhadores dentro de suas comunidades. É com essa bagagem que a FETEC SP obteve seu reconhecimento como entidade representativa dos bancários cutistas do Estado de SP, favorecendo, assim, a organização de novas lutas, a exemplo da organização do ramo e da construção da Campanha Nacional da categoria, cuja unidade entre bancários de bancos públicos e privados tem favorecido melhorias salariais e inclusão de novas conquistas ao conjunto da categoria.
Bancários se organizam pela ampliação da licença maternidade para seis meses. A iniciativa se configura em vitória não apenas para a categoria, mas para toda a sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, o conjunto da classe trabalhadora reforça a luta pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais sem redução salarial.
FETEC/CUT-SP lança Campanha de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – CONTRAF CUT, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Afubesp - Associação dos Funcionários do Grupo Santander. Bancários se mobilizam, driblam crise econômica mundial e saem vitoriosos da Campanha Nacional da categoria.
Trabalhadores asseguram uma política de longo prazo para determinar os reajustes permanentes do salário mínimo, um pleito constante nas Marchas da Classe Trabalhadora desde 2004.
Entidades sindicais bancárias intensificam as ações pela ampliação da representação no ramo ao mesmo tempo em que a sociedade brasileira reelege o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em clara demonstração de apoio ao projeto de esquerda de construção de um Estado soberano e agente de desenvolvimento nacional.
Os trabalhadores se organizam para propor mudanças na política econômica vigente, com a adoção de metas para o crescimento econômico e do emprego, com fim da política de superávit primário; pela redução das taxas de juros e aumento da oferta de crédito produtivo pelos bancos.
Em março de 2004, a FETEC/CUT-SP obteve na Justiça seu reconhecimento como entidade representativa dos bancários cutistas do Estado de SP. Neste mesmo ano, os bancários consolidam a campanha nacional unificada da categoria com assinatura do pré-acordo pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Com o fortalecimento da categoria, os bancários revertem uma situação de arrocho salarial imposta pelos bancos e passam a conquistar aumento real de salário e melhorias na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Política que se mantém nos anos posteriores como fruto de intensa mobilização e disposição de luta dos trabalhadores do setor de garantir direitos e avançar nas conquistas.
Funcionários dos bancos federais deflagram greves, na tentativa de resgatar o valor perdido durante oito anos de governo FHC.
52 milhões de brasileiros elegem Luiz Inácio Lula da Silva como o 39º presidente do Brasil.
Depois de intensa resistência do movimento sindical, governo do Estado de SP concretiza a privatização do Banespa.
1990 – Eleição histórica no Sindicato dos Bancários de São Paulo, com disputa entre duas chapas cutistas. paulista. Neste ano, os bancários conquistam afastamento da Justiça do Trabalho nas negociações nos bancos privados, a manutenção da unificação dos pisos e a formação de comissões de segurança bancária. 1992 – Nasce a Confederação Nacional dos Bancários da CUT. No mesmo ano do impeachment de Collor, é assinado um acordo único para os bancários de todo o país. 1994 – Em fevereiro, o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, que posteriormente se elege presidente, anuncia a conversão dos salários pela média dos últimos quatro meses. Com os preços no pico, os bancários realizam uma greve contra a Medida Provisória que aprovaria o plano econômico FHC-2, o sétimo plano num período de oito anos. 1995 – Têm início as fusões/incorporações de bancos, com conseqüências desastrosas para o emprego bancário. 1998 – FHC se reelege mantendo por mais quatro anos sua política neoliberal. 1999 – Ocorre a 1ª Conferencia Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
1983 – Arrocho e desemprego levam os trabalhadores de todo o país a deflagrarem greve geral de 24 horas. Como resposta, o governo militar intervém em diversos sindicatos e determina a cassação de lideranças sindicais. Paralelamente, nasce a Central Única dos Trabalhadores, representando a ruptura do sindicalismo corporativista e atomizado. 1984 – Todo o país se mobiliza em torno da campanha pelas Diretas já. 1985 – A Nova República começa com defeitos graves e inflação ascendente. Intensifica-se a reivindicação por reforma agrária. Os bancários defendem, a exemplo de outras categorias, o reajuste trimestral. 1986 – Plano Cruzado resulta em demissões de milhares de bancários e fechamento de centenas de agências bancárias. 1989 – Em meio à efervescia política que antecedeu a volta das eleições diretas e o início da reestruturação produtiva no universo do trabalho, nasce a FETEC/CUT-SP.
1970 – Surge o Milagre Brasileiro, com aumento do PIB e mais concentração de riqueza. A sociedade civil passa a reivindicar maior participação política. 1977 – Os bancários começam a organizar-se novamente. Nasce a oposição bancária no Sindicato dos Bancários de São Paulo. 1979 – Em março, toma posse nova diretoria no Sindicato dos Bancário de São Paulo, encabeçada por Augusto Campos. O sindicato passa a acompanhar temas nacionais como anistia, eleições diretas e Constituinte.
1962 – Movimentos grevistas pipocam pelo país, com a participação ativa de bancários paulistas, que pedem gratificações prometidas e o fim dos 30 minutos a mais para compensar o expediente dos sábados, agora extintos. A categoria em prática as grevilhas, paralisações surpresa de cinco minutos por agência. Assustados, clientes correm aos saques. 1964 – No poder, os militares cassam parlamentares e sindicatos. Confederações de trabalhadores sofrem intervenção. A ditadura determina acordos anuais às categorias, impedindo a livre negociação entre patrões e empregados. Em dezembro, o Banco do Brasil perde poder, com a criação do Banco Central. 1966 – O governo militar institui o FGTS, em lugar da estabilidade no emprego, e unifica os fundos de previdência. O IAPB (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários) acaba extinto. 1968 – Os militares fecham o cerco com a decretação do AI-5. Lideranças políticas e sindicais são presas e várias, assassinadas.
1957 – A categoria garante as seis horas semanais corridas e aposentadoria por tempo de serviço.
1943 – Surge a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em agosto, o Brasil declara guerra à Alemanha e Itália. Os setores comunistas que atuam na categoria sabem aproveitar o espaço. Começam a ser criados os Centros Democráticos de Trabalhadores, pedindo o fim da guerra. 1946 – Após a eleição de Eurico Gaspar Dutra (PSD) para a Presidência da República, estouram várias greves e os bancários fundam as uniões sindicais municipais. A questão do salário mínimo profissional está em todas as pautas. Depois de 19 dias de greve, os bancários conquistam aumento salarial e retomada das negociações. Em março, é legitimada a Lei de Greve. 1949 – Partidos rearticulam a volta de Vargas ao poder. É criada a UBESP (União dos Bancários do Estado de São Paulo), que reorganiza o movimento sindical. No mesmo ano, os sindicatos são autorizados a fazer eleições.
1930 – Getúlio Vargas executa o golpe de Estado. Fecha o Congresso Nacional e nomeia interventores nos estados. A Associação dos Bancários em São Paulo ganha força. 1932 – Surge a primeira grande greve da categoria no Banco do Estado de São Paulo reivindicando, entre outras coisas, duas horas livres para almoço e pagamento das horas extras noturnas. 1934 – As entidades de classe passam a ser chamadas de sindicatos. O setor de serviços se fortalece e os bancários deflagram greve nacional, por estabilidade no emprego, aposentadoria aos 30 anos de serviço ou nos 50 de idade e criação de uma Caixa Única de Aposentadorias e Pensões dos Bancários. No mesmo ano, Vargas promulga o Decreto Lei 24.694, que liquida a autonomia sindical. 1937 – O governo fecha o Congresso e instaura o Estado Novo. Vargas passa a legislar por decretos-leis. Mesmo assim, os bancários lutam por direitos já adquiridos, como a jornada de seis horas. 1939 – Ocorre o 1º Congresso Nacional dos Bancários, em Recife. A categoria quer reajuste salarial e redução de juros.
1923 – São aprovados os estatutos da Associação dos Funcionários de Bancos do Estado de São Paulo.