Webmail
quinta-feira, 25 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 10/11/2016

Adoecer é ruim, mas no Itaú é pior ainda

Problemas vão desde não agendamento da perícia junto ao INSS até erros no crédito do salário do trabalhador que está em licença médica; Sindicato cobrará providências
 
Os bancários do Itaú que adoecem amargam uma série de problemas que vai além da saúde abalada: desde o não agendamento da perícia pelo banco junto ao INSS até erros no crédito do salário do funcionário adoecido. “Como se não bastasse estar mal de saúde, o trabalhador ainda sofre com trapalhadas burocráticas que fazem com que ele fique ainda mais doente”, critica a diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária do Itaú, Valeska Pincovai.
 
A dirigente lembra que outra medida, adotada pelo banco em agosto deste ano, já estava prejudicando os bancários. “É a determinação de que, no caso de afastamento igual ou superior a cinco dias, o trabalhador deve passar por ‘avaliação complementar’ com o médico do banco. O Itaú nega, mas as denúncias que chegam ao sindicato dão conta de que isso é revalidação de atestado médico. Já cobramos a revogação da medida”, informa.
 
PERÍCIA
Bancários reclamaram que, após a avaliação médica complementar, o setor do banco responsável acaba, muitas vezes, não agendando a perícia junto ao INSS, ou agenda e não informa ao funcionário, fazendo com que o trabalhador perca a data e tenha de remarcar.
 
SALÁRIOS
Depois da perícia, vem o sufoco para receber o salário. “Vários erros são cometidos no cadastramento da licença dos trabalhadores, fazendo com que eles fiquem sem receber, recebam errado, entre outros absurdos como até receber telegrama de abandono de emprego”, relata Valeska.
 
Os problemas, ainda segundo denúncias, persistem por meses e até mesmo um ano após a licença médica. “Mesmo passado tanto tempo, o banco ainda realiza débitos em suas folhas de pagamento de diferenças que deveriam ter sido cobradas e não foram. O débito é feito sem aviso prévio e o bancário fica desesperado para tentar entender o que ocorreu. A resposta varia entre: ‘você recebeu a mais em sua licença’ de um ano atrás, ou ‘não foram realizados os descontos dos encargos’ ou ainda ‘não foi retido o IR’. O trabalhador acaba pagando pelos erros do banco. Enfim, quem adoece no Itaú sofre com discriminação, descaso e desrespeito”, destaca a dirigente.
 
Há ainda os descontos indevidos: “E para que o banco reconheça, o trabalhador tem de insistir muito, provar... e mesmo assim alguns só conseguem reaver o dinheiro por meio de ação judicial. Ou quando o banco resolve reconhecer o erro e devolver o dinheiro, os juros da conta corrente ficam por conta do trabalhador”.
 
“Todos os dias o sindicato atende funcionários do Itaú e na maioria dos casos desesperados por não saber como pagar suas despesas, comprar remédios, por conta desses abusos que a empresa pratica com pessoas que estão de licença médica”, ressalta.
 
Valeska informa que o sindicato já contatou o Itaú para que retome o mais rápido possível as negociações do grupo de saúde e condições de trabalho – formado por representantes do Itaú e pela Comissão de Empresa dos Funcionários – e que esses casos serão levados à pauta de discussão.
 
  Fonte: Seeb/SP
  • Whatsapp
  • Telegram

Leia Mais

FETEC-SP é uma marca registrada. Todos os Direitos Reservados.
INFOSind - A MAIOR Empresa de Gestão Sindical do Brasil