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quarta-feira, 24 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 04/11/2016

Itaú obriga a vender produtos e pune cancelamentos

Ao mesmo tempo em que precisam bater metas abusivas, bancários são punidos em caso de cancelamento por clientes insatisfeitos.
 
Você tem metas absurdas de vendas para bater e assim manter um bom desempenho e aumentar suas chances de permanecer no emprego. Entretanto, quando o cliente cancela um produto vendido por você, antes de quatro meses do início do contrato, você é advertido pelo banco, aumentando o risco de ser demitido. Essa é a dura rotina do bancário do Itaú, sempre na corda bamba entre metas e cancelamentos.
 
“O Itaú cobra metas absurdas para aumentar ao máximo seus lucros. E, quando o cliente fica insatisfeito com um produto adquirido, que o bancário foi obrigado a empurrar para manter seu emprego, o culpado é o funcionário. Isso é um absurdo! Parece que a direção do banco quer que o trabalhador hipnotize o cliente para que não perceba a ausência de necessidade do serviço. Inclusive, muitos clientes adquirem produtos até mesmo para ajudar o bancário a bater a meta. Entretanto, até quando uma pessoa insatisfeita, que paga taxas altíssimas, vai manter o vínculo com algo desnecessário?”, questiona a dirigente sindical e funcionária do Itaú Valeska Pincovai.
 
De acordo com a dirigente, enquanto massacra os bancários para que empurrem produtos, o Itaú tenta vender a imagem de uma empresa responsável, que coloca a necessidade do cliente em primeiro lugar.
 
“No Portal Pessoas, o diretor de Varejo, Marco Bonomi, diz que a venda só é boa para o Itaú se for boa para o cliente. Entretanto, o bancário, que conhece a pressão absurda por vendas com que convive diariamente, sabe muito bem que não é assim que a banda toca no banco. Acredito que ele não compraria todos os serviços que o bancário tem de vender para preservar seu emprego”, destaca Valeska.
 
AGIR
A política de advertências por cancelamento de produtos faz parte do Agir, programa de avaliação de desempenho que já foi alvo de diversas denúncias. “Já cobramos do banco negociação sobre o Agir diversas vezes. Também já questionamos a área de relações sindicais sobre a punição de bancários mediante cancelamentos, chamada pelo Itaú de ‘venda mal feita’”, esclarece a dirigente sindical.
 
“O resultado dessa pressão excessiva, que chega de todos os lados, é o aumento dos níveis de adoecimento e muitas demissões arbitrárias. Continuaremos cobrando do banco que respeite funcionários e clientes. Hoje, na prática, o discurso é muito diferente da realidade. Protestos e paralisações não estão descartados”, conclui Valeska.
 
  Fonte: Seeb/SP
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