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sexta-feira, 29 de março de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 29/04/2022

1º de Maio marca a história da luta da classe trabalhadora

O Dia do Trabalhador surgiu no movimento pela jornada de oito horas e acompanha a luta por direitos desde o fim do século XIX, no Brasil e no mundo



No 1º de Maio, a classe trabalhadora se mobiliza para exigir seus direitos em todo o mundo. A data nasceu na luta pela jornada de oito horas, marcada em 1886 por uma greve geral nos Estados Unidos, onde o trabalho chegava a 17 horas por dia.

Dias depois, em Chicago, ocorreram violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, com mortes dos dois lados. Sete operários líderes desse movimento, conhecido como Revolta de Haymarket, foram condenados à forca: Albert Parsons, Adolph Fischer, George Engel e August Spies (executados), Samuel Fielden e Michael Schwab (pena comutada para prisão perpétua) e Louis Lingg (cometeu suicídio antes da execução). Outro líder, Oscar Neebe, foi condenado a 15 anos de prisão (também suicidou-se na prisão).

Em protestos na mesma data, no ano de 1891, dez manifestantes foram mortos em Paris, fato que consolidou o Dia do Trabalhador internacionalmente. A França aprovou o turno de oito horas e decretou feriado no 1º de maio em 1919. A medida foi seguida por outros países. Os Estados Unidos não reconhecem a data até hoje, mas reduziram a jornada para oito horas em 1890.

1º de Maio aqui
O movimento dos trabalhadores ganhou impulso no Brasil no começo do século passado, com os imigrantes europeus, em especial italianos e espanhóis, que vieram trabalhar nas fábricas. Em 1917, com esse novo perfil da força de trabalho, aconteceu a primeira grande greve no país. Pressionado pelo operariado em franco crescimento, que cobrava garantias trabalhistas, em 1925, o então presidente Arthur Bernardes decretou feriado no Dia do Trabalhador.

Getúlio Vargas transformou a data em uma festa que celebrava o Estado Novo como protetor dos trabalhadores. Para suavizar a pressão social que continuava a crescer, Getúlio investiu numa política paternalista, que controlou os sindicatos, mas também trouxe garantias. Ele instituiu o salário mínimo em 1940, mas sua medida mais importante foi a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, em 1943. Era a primeira vez que o trabalhador, de fato, conquistava proteção, com a legalização do turno de oito horas, férias, previdência e direitos específicos para a mulher e pessoas com monos de 18 anos, entre outros.

As conquistas duraram até 1964, quando a ditadura militar passou a massacrar os movimentos populares. Centenas de sindicatos sofreram intervenção e milhares de seus líderes foram cassados e presos. O regime, que assumiu a missão de favorecer o capital, extinguiu a reposição salarial pela inflação e proibiu manifestações de toda forma. Os sindicatos foram para as mãos de pelegos e o 1º de Maio passou a ser usado para homenagear o governo opressor, que torturava e matava opositores, e o patrão explorador, que não respeitava nenhum direito trabalhista. Mas, a resistência foi crescendo no seio da classe trabalhadora, que aos poucos retomou a luta por melhores condições de vida e pela democracia no país. Fonte: CONTRAF CUT
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