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quinta-feira, 25 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 15/09/2016

Santander tenta enganar greve e se dá mal, de novo

Bancários deslocados pelo banco para empresa terceirizada de call center derrubam o contingenciamento, aderem ao movimento e mais uma vez desrespeito ao livre direito de paralisação foi frustrado
 
Mais uma vez o Santander jogou no lixo o dinheiro aplicado para locar pontos de atendimento (PA) em empresas de call center terceirizadas. Na quarta-feira (14), nono dia de greve, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, ao lado dos bancários, paralisou a Konecta, que presta esse tipo de serviço. O banco espanhol reservou cerca de 300 PAs para deslocar os funcionários de centros administrativos próprios paralisados por causa da greve.
 
Na tentativa de limitar ou impedir o livre exercício do direito de greve, não só Santander, mas também Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e demais bancos, fazem esse tipo de contingenciamento: alugam prédios ou contratam empresas terceirizadas para transferir trabalhadores, antevendo que piquetes serão levantados em seus centros administrativos.
 
Os poucos bancários que apareceram por lá mostraram insatisfação tanto com o desrespeito ao direito constitucional de greve, quanto com a proposta mantida pela Fenaban: 7% de reajuste – a inflação em 12 meses foi de 9,62% – e abono de R$ 3.300.
 
“O reajuste tem de ser acima de dois dígitos”, cravou uma bancária do Santander. “Precisamos recompor nosso poder de compra diante de um cenário em que você compra uma coisa no mercado e não consegue comprar no mês seguinte pelo mesmo preço”, acrescentou.
 
BANCOS APOSTAM NA DIVISÃO
O abono que os bancos estão querendo empurrar também foi bastante criticado. “É um dinheiro que não recompõe nem o salário e nem os vales [refeição e alimentação]. E grande parte desse dinheiro vai voltar para o banco, porque muita gente está endividada, tem empréstimo para pagar. É a coisa do imediatismo de pegar três paus nas mãos. Para quem ganha R$ 1.900, R$ 2 mil, acaba iludindo, mas não compensa”, opina uma bancária.
 
Para ela, a política de abono está sendo tentada para dividir a categoria entre aqueles que ganham menos e quem recebe mais. “Quem ganha menos pode achar que o abono é bom, porque vai receber um salário a mais de uma vez só. Só que daqui dois meses o abono vai ter acabado e o salário vai ter subido menos do que a inflação, o vale-alimentação não vai ter aumentado nem R$ 40. Vamos ficar até setembro, outubro, vivendo com um reajuste abaixo da inflação. Mas os bancários sabem fazer conta”, avisa.
 
 
Fonte: Seeb/SP
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