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quinta-feira, 25 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 09/08/2016

Rotina massacrante na Nova Central do Bradesco

Por causa da compra do HSBC, alguns setores estão trabalhando de domingo a domingo, contrariando a SA 8000, ratificada pelo banco; funcionários reforçam que não querem mudar para o Casp.
 
São Paulo – Não são apenas os boatos de mudança para o Casp que estão afligindo os bancários da Nova Central por conta da compra do HSBC pelo Bradesco. Denúncias apontam que alguns funcionários dos setores Câmbio, Desenvolvimento de Projetos e Tecnologia da Informação estão encarando uma rotina massacrante por causa da aquisição.
 
“As pessoas estão trabalhando direto, de domingo a domingo. Tem gente que tem 150 horas extras. Tudo para integrar os sistemas dos dois bancos. Ninguém está gostando”, relata uma bancária.
 
O Bradesco possui certificação pela SA 8000, uma norma internacional de avaliação da responsabilidade social de empresas, baseada em convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e em outras convenções das Nações Unidas (ONU).
 
A SA 8000 determina que a semana de trabalho normal deve se dar conforme definido por lei, mas não deve regularmente exceder as 48 horas. Aos empregados, deve ser garantido, pelo menos, um dia de folga a cada período de sete dias. Todo trabalho extra deve ser remunerado em base especial e, em nenhuma circunstância, deve exceder 12 horas por semana.
 
“Ao invés de obrigar os bancários a cumprirem hora extra, o Bradesco deveria parar de demitir e repor o número de vagas cortadas, já que todos trabalham no sufoco. E essa quantidade imensa de horas extras é a prova irrefutável disso”, critica Vanderlei Alves, dirigente sindical e bancário do Bradesco.
 
O Bradesco cortou 4.478 postos de trabalho em 12 meses (junho de 2015 a junho de 2016) e 3.437 postos apenas nos primeiros seis meses de 2016, sendo 1.971 nos últimos três meses. Atualmente conta com 89.424 funcionários.
 
Falta de informações e boatos – A insatisfação geral na Nova Central é alimentada pela falta de informações sobre uma eventual mudança dos funcionários daquele prédio para o Casp – centro administrativo do HSBC, na zona oeste de São Paulo e considerado mal localizado.
 
“Os gestores nos disseram que a mudança está correndo a toque de caixa. Já fizeram uma reforminha meia boca, pintando as paredes para disfarçar, trocaram o carpete, estão instalando os pontos de telefonia”, relata uma funcionária. “O povo não quer ir para o Casp, mas os gerentes só obedecem o banco e se esquecem das nossas necessidades. Não estão nem aí para os funcionários”, acrescenta.
 
Os trabalhadores do Câmbio – sediado na Nova Central – estão particularmente no olho do furacão por causa da aquisição. “Não parece que foi o Bradesco que comprou o HSBC, parece que foi o contrário, principalmente no setor de Câmbio. Eles [gestores do HSBC] vão chegar dominando. Já têm chefes do HSBC em cima dos nossos chefes”, diz a bancária.
 
O Sindicato entrou em contato com o Bradesco, que ainda não deu retorno. “Aguardamos uma reposta definitiva em relação à transferência para o Casp. Queremos que o Bradesco respeite o horário de trabalho dos funcionários e, principalmente, leve em conta a vontade dos bancários de permanecerem na Nova Central”, reivindica Vanderlei Alves.
 
Fonte: Seeb/SP
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