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quinta-feira, 28 de março de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 22/07/2016

Bradesco é campeão olímpico em demissões

Sindicato constrange o banco patrocinador das Olimpíadas ao protestar contra o corte de empregos durante a passagem da tocha por sua sede.
 
O espírito olímpico é capaz de despertar as atitudes mais dignas. Superação, companheirismo, humanidade, altruísmo. Mas, lamentavelmente, esse clima não contagiou o Bradesco, mesmo sendo a instituição financeira patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
O banco lucrou quase R$ 21,9 bilhões nos últimos 15 meses e cortou 3.581 postos de trabalho entre março de 2015 e março de 2016.
 
Diante desse cenário revoltante – mas infelizmente típico no setor bancário – os sindicatos dos bancários filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo FETEC-CUT/SP realizam protestos contra o corte de empregos. Na quinta-feira (21), o protesto aconteceu em Osasco. E o momento não poderia ter sido mais adequado: durante a passagem da tocha olímpica pela matriz da instituição, localizada na cidade da Grande São Paulo.
 
             .: Leia também: Bancários de Limeira protestam durante passagem da tocha olímpica
 
Mobilizados diante da entrada principal da matriz, dezenas de dirigentes sindicais portando faixas denunciaram o cenário de terra arrasada no Bradesco. Dentro da matriz, a tocha foi exibida durante show com artistas como Rogério Flausino e Baby do Brasil. Estranhamente, poucos minutos depois, ela ressurgiu na avenida Bussocaba, o que levanta suspeitas sobre se o banco possui um teletransporte ou se havia duas tochas.
 
Mas toda a parafernália armada pelo Bradesco para justificar o patrocínio milionário não convenceu muito os bancários, que estão mais preocupados com as demissões do que com os jogos olímpicos.
 
“Todo dia é um dando tchau”, relatou um funcionário. “Mês passado mandaram três embora e quem ficou acabou acumulando o trabalho”, emenda. “Podiam pegar todo esse dinheiro que gastaram com esse circo e contratar mais gente para dar conta do trabalho”, acrescentou um colega.
 
E não foi pouco o valor desembolsado. Segundo a agência de notícias norte-americana Bloomberg, o Bradesco pagou US$ 300 milhões para ser o único banco a explorar a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Junto com a Coca-Cola e a Nissan, o Bradesco gastou outros R$ 500 milhões, ainda segundo a Bloomberg, para bancar o revezamento da tocha olímpica pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.
 
“O Bradesco deveria em primeiro lugar ter responsabilidade com os trabalhadores e com os clientes”, critica Neiva Ribeiro, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco. “As agências e departamentos estão desfalcados, tem muito adoecimento por conta da sobrecarga dos funcionários e das metas abusivas. E para nós, que estamos em campanha de valorização, a pauta mais importante é a defesa do emprego.”
 
Neiva ressalta que só o que o Bradesco arrecada com as tarifas cobradas dos clientes cobre, com folga, toda a sua folha de pagamento. “Por isso nós não admitimos demissões, e esse foi o momento para reforçar que o banco tem a obrigação de gerar emprego e contribuir com o desenvolvimento da sociedade, principalmente agora que estamos passando por uma crise econômica”, finaliza Neiva.


Fonte: Seeb/SP
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