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sexta-feira, 19 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 07/07/2016

Cunha renuncia à presidência da Câmara com discurso de vítima

O agora ex-presidente da Casa agradeceu a Deus "por ter presidido a Câmara dos Deputados do meu país”, chorou e garantiu que confia na Justiça
 
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou à presidência da Câmara dos Deputados no início da tarde de quinta-feira (7). Ao ler a carta de renúncia, disse que pagou um "alto preço" por ter dado início ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
 
"É público e notório que a Casa está acéfala. Somente a minha renúncia poderá por fim a essa instabilidade sem prazo", afirmou, em entrevista coletiva do Salão Verde da Casa.
 
“Após a decisão da Câmara de instalar o processo de impeachment, seis novos inquéritos foram apresentados contra mim. Comprovarei a minha inocência confiando na Justiça do meu país. Não recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja”, garantiu, adotando postura de vítima.
 
Prova da perseguição, segundo ele, foi que seu afastamento, no dia 5 de maio, pelo STF, foi uma decisão “considerada excepcional e sem qualquer previsão constitucional, poucos dias depois da decisão desta Casa autorizando a abertura do processo de impeachment”.
 
“Quero agradecer a Deus por ter presidido a Câmara dos Deputados do meu país”, disse, momento em que chorou. “Quero agradecer a todos que me apoiaram no meio dessa perseguição.”
 
O ex-presidente da Câmara prometeu que não vai desistir de desmentir as acusações. “Continuarei a defender a minha inocência”, prometeu. Disse ainda que sofre “da seletividade do órgão acusador (Procuradoria-Geral da República)”, que, segundo ele, atua de modo seletivo, “diferentemente do que com outros investigados”.
 
Cunha disse que sua família foi atacada de forma “covarde”, especialmente sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz.
 
Na carta de renúncia, ele fez um rápido balanço de sua gestão e citou a redução da maioridade penal, PEC da bengala, Estatuto do Deficiente, pautas de segurança pública, correção do FGTS como “alguns dos importantes temas” que levou à votação. Mas disse que o “marco” de sua gestão foi a abertura do processo de impeachment.
 
A Câmara dos Deputados tem agora até cinco sessões para eleger o sucessor de Eduardo Cunha. Segundo algumas avaliações, ele renunciou com a expectativa de negociar para salvar seu mandato da cassação.
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