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publicado em 20/02/2019

Trabalhadores dizem não à reforma da Previdência de Bolsonaro

Trabalhadores de diversas categorias e representantes sindicais de todo o estado de São Paulo e de diversas regiões do país disseram não à proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Oito das principais centrais do Brasil –  CUT, CGTB, CTB, CSB, CSP-Conlutas, Força Sindical, Intersindical e Nova Central – destacaram a unidade para enfrentar a tentativa de "destruição" do sistema público de aposentadorias e sinalizaram para a construção de uma nova greve geral, para novamente derrotar as mudanças pretendidas, como foi em 2017, durante o governo Temer. 

A Assembleia Nacional realizada na manhã desta quarta-feira (20) – mesmo dia e hora em que o presidente entregava o projeto que altera as regras para aposentadoria ao Congresso - , reuniu milhares de trabalhadores na Praça da Sé, em São Paulo. Os organizadores estimaram em 10 mil pessoas participando da mobilização.

O projeto do governo pretende aumentar a idade mínima de aposentadoria para 62 anos para mulheres e 65 anos, para homens, além de criar um sistema de capitalização privada para a população financiar a própria aposentadoria. A proposta inclui ainda um tempo mínimo de contribuição de 20 anos ao INSS.  

Os sindicalistas reafirmaram que a proposta do governo afeta a todos os trabalhadores –, os que já entraram no mercado de trabalho, os que já estão aposentados e os que ainda nem começaram a trabalhar –, e que não vão aceitar a retirada de direitos. Assim como as mudanças agora propostas nas aposentadorias, os representantes sindicais também lembraram que o governo Bolsonaro acabou com o ministério do Trabalho e ameaça ainda a existência da Justiça trabalhista.

A saída, segundo as centrais, é mobilizar as bases contra a campanha de desinformação do governo e da mídia, que quer jogar servidores públicos contra os trabalhadores da iniciativa privada, com o suposto argumento de que a "nova previdência" vem para combater privilégios. 

"Hoje o que o Bolsonaro quis fazer, mas nós não vamos deixar, é acabar com a Previdência no Brasil", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, que destacou que a dita "reforma" não altera apenas as regras de acesso às aposentadorias, mas fragiliza também as bases de todo o sistema da Assistência Social, responsável pelo pagamento de direitos como auxílio-saúde e pensão por invalidez, dentre outros. 

Ele também frisou que, ao restringir o acesso às aposentadorias, o governo Bolsonaro fragiliza a economia da maioria esmagadora dos municípios com menos de 100 mil habitantes em todo o país, que depende da renda dos aposentados. Freitas também manifestou que duvida de que o governo tenha os alegados 308 votos para fazer passar na Câmara a sua proposta de reforma, e disse que a CUT e as demais centrais vão pressionar os deputados a derrubarem a proposta. "No final, vai ser a greve. Não vamos permitir acabarem com a previdência sem derramar a última gota do nosso sangue. A classe trabalhadora não baixa a cabeça para a repressão", afirmou. 

Poupança privada

Sindicalistas e trabalhadores também classificaram o governo Bolsonaro como de "extrema-direita" e "fantoche" das forças do capital internacional, interessados em controlar os recursos das aposentadorias e alertaram para a escalada repressiva de um "Estado policial militar". Escândalos de corrupção foram lembrados como sinais de "fraqueza do atual governo", como o "laranjal do PSL", que culminou com a demissão do ex-ministro da secretaria-geral da Presidência Gustavo Bebianno.

Durante a assembleia, foi destacada a luta dos servidores públicos da cidade de São Paulo, em greve contra mudanças nas aposentadorias pretendidas pela gestão do governo Bruno Covas (PSDB). Também manifestaram solidariedade aos trabalhadores da Ford, ameaçados de demissão, após a montadora anunciar o fechamento de fábricas no país, e lembraram o crime cometido pela mineradora Vale, em Brumadinho (MG), a maior tragédia trabalhista da história do país.

Ao meio-dia, com sol forte, calor intenso e a Praça da Sé praticamente lotada, os movimentos sociais do campo e urbanos também manifestaram apoio aos trabalhadores contra a reforma da Previdência.

  Fonte: FETEC-CUT/SP com Rede Brasil Atual
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