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sábado, 20 de abril de 2024

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publicado em 20/07/2018

Campanha Nacional 2018 – Questões de saúde e condições de trabalho não avançam

Nesta quinta-feira (19), na terceira rodada de negociação o Comando Nacional dos Bancários debateu o tema saúde e condições de trabalho com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo (SP). 

Com a Fenaban, o assunto debatido é caro aos trabalhadores: saúde e condições de trabalho. Isso porque o nível de adoecimento na categoria tem registrado índices alarmantes, resultado direto da gestão dos bancos, que precisa ser debatida. Na consulta à categoria, realizada em todo o país para a Campanha 2018, o tema foi apontado como uma das prioridades. 

Aline Molina, presidenta da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), lembra que os bancários sofrem com sobrecarga de trabalho, corte de empregos; cobrança abusiva por metas; assédio moral e outros fatores nocivos à saúde. “Na negociação com a Fenaban o Comando Nacional dos Bancários reivindicou a alteração no modelo de gestão implementado pelos bancos, que tem ampliado o adoecimento físico e psíquico da categoria, em função do assédio moral, associado, entre outros, à cobrança de metas inatingíveis”, explica. 

Também como forma de combater o assédio, foi cobrada mais efetividade na cláusula sobre o assunto – já existente na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – a chamada cláusula de prevenção de conflitos. A Fenaban se comprometeu em estudar a possibilidade de diminuir o prazo de apuração e retorno nos casos de denúncias de assédio moral feitas aos bancos, previsto nesta cláusula. 

Foram abordadas questões de segurança, a fim de diminuir os riscos a que estão submetidos bancários e clientes, além da discussão de reabertura de agências para melhor atender às necessidades dos municípios. 

Foi reivindicada, ainda, a exclusão da cláusula que trata de junta médica para avaliação de bancários durante o período de afastamento. O Comando sustentou que não cabe a convocação do licenciado e em tratamento, seja porque está doente, e, como consequência, com o contrato de trabalho suspenso, com amparo da perícia da Previdência Social. Também foi abordada a questão da estabilidade para quem retorna ao trabalho após cancelamento da aposentadoria por invalidez. O INSS tem cancelado os benefícios e os trabalhadores retornam totalmente desprotegidos. 

Fenaban nega adoecimento

O Comando Nacional apresentou na negociação recentes pesquisas sobre o tema, entre elas, a realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) com base nos afastamentos pela Previdência. O estudo revela que os afastamentos por doenças psicossomáticas aumentaram na categoria. 
A Fenaban, no entanto, refutou estes dados. Afirmou que estes transtornos mentais são fenômenos mundiais, não necessariamente relacionados ao trabalho. Acrescentou, ainda, que a pesquisa mostra a maior incidência deste tipo de doença nos bancos, porque atinge mais jovens e mulheres que são os segmentos mais presentes na categoria.

Os dados da pesquisa

A pesquisa MPT/OIT foi feita com base nos afastamentos pela previdência no Brasil. Revela que os motivados por doenças psicossomáticas aumentaram na categoria. O estudo comprova que os bancos são responsáveis por 15% do total de casos de afastamentos por causas mentais verificados em todos os setores, nos anos de 2012 a 2017. A proporção aumenta para 16% quando se consideram os afastamentos por depressão: são 3.641 bancários afastados por este motivo.
O grupo de doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo passou de 55,2% dos afastamentos, em 2012, para 40,3%, em 2017. O grupo doenças mentais e comportamentais sobe de 34,1% para 42,3%, em 2017, e o grupo de doenças nervosas tem sua participação relativa ampliada de 10% para 17,2% entre 2012 e 2017. Já o grupo que se refere a “outras causas”, é muito baixo em relação aos demais.

Segundo a presidenta, ao comparar os afastamentos por tipo de doença a pesquisa revela que os bancários associam o estresse à profissão e que o trabalho é fonte de apreensão constante: de medo por exposição pública; de tensão permanente por temor de assalto e violência. E ainda um ambiente de baixa tolerância ao erro; de acúmulo de tarefas; e de fácil supervisão e comparação entre colegas. 

As próximas rodadas de debates com a federação dos bancos serão em 25 de julho, sobre emprego, e no dia 1º de agosto, quando serão tratadas as cláusulas econômicas.  

Saúde na Caixa

Saúde e condições de trabalho, Caixa 100% pública e nenhum direito a menos serão os pontos debatidos com a Caixa nesta sexta (20) em Brasília (DF), na segunda mesa da Campanha 2018. No dia 26 será debatido Saúde Caixa e Funcef.

BB também debaterá saúde

Na segunda (23), em Brasília (DF), com o Banco do Brasil, será a terceira rodada e, assim como na mesa da Fenaban e da Caixa, será discutido o tema saúde e condições de trabalho. 

  Fonte: FETEC-CUT/SP
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