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publicado em 29/07/2017

Debate de conjuntura nacional e internacional abre o segundo dia da conferência

Após a aprovação do regimento interno da 19ª Conferência Nacional dos Bancários, no início da manhã deste sábado (29), os delegados da Conferência acompanharam a mesa de análise de conjuntura nacional e internacional, que contou com a participação de Vagner Freitas, presidente da CUT Nacional, Edson Carneiro, o Índio, secretário-geral da Intersindical, Augusto Vasconcelos, representando a CTB, e Rafael Freire Neto, secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA).
 
Rafael Freire Neto fez uma análise da conjuntura internacional, com foco na América Latina. Ele lembrou que, em 2008, a disputa da saída da crise do capitalismo estava em aberto. A discussão era qual tipo de sistema econômico a gente teria no planeta após o fracasso do Neoliberalismo. “E qual a resposta que temos hoje? Mais neoliberalismo. Infelizmente nós não conseguimos criar uma grande força progressista que controlasse o mundo. E agora, estamos à beira da terceira grande onda neoliberal.”
                         
Para o secretário, a explicação para que a resposta ao fracasso do neoliberalismo seja mais liberalismo é o deslocamento do poder para grandes grupos econômicos. “Atualmente, de acordo com a Oxfam, oito pessoas detém a riqueza de mais de 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo. 10 grandes grupos empresariais juntos igualam o Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 180 países. No Brasil, seis pessoas detêm uma riqueza equivalente à renda de 100 milhões de brasileiros. E são essas pessoas que escolhem um sistema financeiro no qual eles ganhem cada vez mais e a população perca. No Brasil, foram essas pessoas que financiaram o golpe contra a democracia. E qual o problema do golpe no Brasil? Pode representar um retrocesso de um século nos direitos trabalhistas.”
 
De acordo com Freire Neto, está na hora de percebermos que “se o problema é global, a resposta tem de ser global. No nosso caso, tem de ser regional, para toda a América Latina. Por isso, espero que os bancários estejam juntos, como sempre estiveram, de toda a classe trabalhadora na luta pela defesa dos nossos direitos”, finalizou.
 
Vagner Freitas, presidente da CUT Nacional, trouxe o debate para o âmbito nacional. “Todo o processo de luta das centrais sindicais e dos partidos de esquerda do Brasil nas últimas décadas tem trazido um nível de maturidade política e consciência social que assusta a direita. Isso levou os partidos de direita a buscarem outros métodos à margem da democracia legítima para buscar o comando da sociedade. Eles sabem que não têm condições de nos combater no debate de ideias e no diálogo com a sociedade.”
 
Para o presidente da CUT, o motivo principal da crise mundial, dos investimentos feitos para tomar o poder e, consequentemente, retirar os direitos dos trabalhadores é o fracasso do capitalismo, tão exaltado pela direta, que sempre priorizou o rentismo e quis o fim do Estado. “Precisamos de uma proposta com amplo envolvimento nacional e que inclua os interesses da população para derrotar essa política excludente do governo golpista.”
 
De acordo com Vagner Freitas, “temos um campo fértil para continuar na luta de classes, na organização dos trabalhadores, para eleger governos democráticos e que discutam as propostas que estamos debatendo aqui, com ganhos para os trabalhadores. Saio daqui hoje com otimismo, pois vejo que temos capacidade de enfrentar o governo golpista e a capacidade de criar projetos que inclua toda a população brasileira”.
 
Edson Carneiro, o Índio, secretário-geral da Intersindical, afirmou que – para os golpistas – a saída para o desemprego crescente, a queda da taxa de investimento, os dois anos de recessão e a economia estagnada são sempre a retirada de direitos da classe trabalhadora e a priorização dos rentismo. “A maioria dos países que enfrenta uma crise semelhante adotou medidas restritivas e o Brasil optou por medidas legalizantes. Estamos completamente abertos aos interesses do rentismo. E as classes mais baixas da sociedade são quem pagam as contas.”
 
Para ele, a classe trabalhadora tem um papel fundamental. “Nós precisamos da construção de uma correlação de força favoráveis aos trabalhadores que eleve o grau de consciência da população e de pressão aos políticos para que consigamos revolver os problemas. Precisamos de um programa de enfrentamento ao rentismo, enfrentamento ao monopólio das comunicações e a revogação das reformas, além de impedir que a reforma da Previdência seja votada.”

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  Fonte: FETEC-CUT/SP e Contraf
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