Os sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), juntamente com os bancários do Banco do Brasil, fizeram diversas manifestações sindicais nesta quarta-feira (7), Dia Nacional de Luta contra a reestruturação do Banco do Brasil. Foram realizadas reuniões com os funcionários, agências e centros administrativos ficaram fechados, ou tiveram o horário de abertura atrasado, e os dirigentes sindicais e, em muitos casos os próprios funcionários, informaram os motivos dos protestos aos clientes e entregaram a “Carta Aberta à População”, redigida pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
“As atividades ocorreram em todo o país. Seguimos a orientação da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) de reunir os funcionários e paralisar as agências e centros administrativos para mostrar aos clientes o desrespeito da direção do BB com as pessoas que se doam para que o banco obtenha bons resultados e a irresponsabilidade da instituição em um momento de crise como a que vivemos. Ao invés de ajudar o país a sair da crise, a reestruturação do BB vai aumentá-la ainda mais”, informou o diretor de Bancos Públicos da FETEC-CUT/SP e funcionário do BB, Antonio Sabóia Barros Junior.
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Com a reestruturação, não haverá vagas para todos. Muitos funcionários serão realocados para outras agências e outros cargos, muitas vezes com salários muito menores do que os atuais. “O projeto de reestruturação foi elaborado às escondidas, à revelia dos funcionários. Não fomos ouvidos em nenhum momento e soubemos dos detalhes somente depois do vazamento para a imprensa. Não se buscou uma forma alternativa, que não levasse ao fechamento de agência e à redução do quadro dos funcionários. O atendimento aos clientes também será prejudicado. Somos contra o processo de reestruturação mas, diante da irredutibilidade do banco, propusemos a criação de verba para manutenção dos salários até que todos sejam realocados”, afirmou o diretor da FETEC-CUT/SP.
A CEBB se reunirá com a direção do banco na quinta-feira (8), em Brasília, para discutir a reestruturação.
MENOS AGÊNCIAS, MENOS EMPREGOS, MAIS FILAS
A reestruturação que já está em andamento no BB vai levar ao fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em Postos de Atendimento, com uma redução de 18 mil postos de trabalho. O banco já informou que não existe previsão de concursos para recompor o quadro de funcionários. “Isso causará um enorme impacto na economia e, principalmente, no orçamento das famílias dos bancários que deixarão o banco, ou terão seus salários drasticamente reduzidos”, enfatizou o diretor da FETEC-CUT/SP.
Com o fechamento das agências, muitos bancários perderão cargos comissionados e, com isso, terão suas remunerações reduzidas em até 70%, dependendo do cargo atual e para qual será realocado.
Na “carta aberta”, os representantes dos funcionários do BB ressaltam que a reestruturação traz reflexos imediatos na qualidade do atendimento aos clientes, que são os maiores prejudicados ao lado dos funcionários. Lembram, ainda, que o BB é responsável por cerca de 60% do crédito agrícola no país e que esta atuação também será afetada, prejudicando os pequenos e médios produtores.
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Leia abaixo a íntegra da Carta Aberta à População.
FECHAMENTO DE AGÊNCIAS DO BB PREJUDICA CLIENTES
Ao lado dos funcionários, os clientes são os maiores prejudicados pela reestruturação do Banco do Brasil, anunciada no final de semana. O fechamento de 402 agências, a transformação de outras 379 em postos de atendimentos e a saída de 18 mil funcionários por meio de plano de incentivo à aposentadoria atingem diretamente o atendimento à população.
A medida também terá impacto no acesso ao crédito. Os bancos públicos aumentaram o crédito de 38% para 57% de 2008 para 2016, enquanto os privados tiveram redução de 5% nos últimos dois anos.
A falta de responsabilidade social do BB fica clara ao anunciar mudança tão brusca num momento em que a economia brasileira passa por forte retração da atividade econômica, elevação do desemprego e queda na renda das famílias. O BB é responsável, por exemplo, por cerca de 60% do crédito agrícola no país. Esse desmonte só interessa aos bancos privados, que não terão concorrência, num sistema financeiro extremamente concentrado e sem os bancos públicos fortes, toda a sociedade perde.
As alternativas para a saída da crise devem ser debatidas e construídas com toda a população e exigem a retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas.
Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil
Fonte:
FETEC/SP