Bancários do Banco do Brasil vestiram preto nesta sexta-feira (25) para protestarem contra a reestruturação anunciada pela direção do banco, que levará ao fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em Postos de Atendimento Bancário (PABs). Além da redução no quadro de funcionários que, por meio de um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), pretende extinguir 18 mil postos de trabalho.
 
Nos sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), foram realizadas reuniões com bancários, entrega de materiais informativos e esclarecimentos aos clientes.
 
“A reestruturação promovida banco está liquidando postos de trabalho. Surgiu então a ideia de usarmos roupas pretas na sexta-feira para aproveitarmos a publicidade em torno da ‘Black Friday’. Mas, as manifestações foram diversas. Em alguns lugares houve atraso na abertura das agências para que os dirigentes sindicais conversassem com os funcionários, em outros a conversa foi no momento do atendimento, para que os clientes também fossem informados. Em alguns casos, os próprios funcionários das unidades explicaram o motivo da vestimenta e dos protestos aos clientes que questionavam o porquê das roupas pretas”, disse o funcionário do Banco do Brasil e diretor de Bancos Públicos da FETEC-CUT/SP, Antonio Sabóia Barros Junior.
 
Segundo Sabóia, o sentimento de preocupação é unânime entre os bancários. “A apreensão se dá pelo fato da incerteza quanto o rumo desta estruturação. A reestruturação não foi discutida com os funcionários. A informação chegou até nós pela imprensa. O banco não apresentou solução concreta aos funcionários que terão seus cargos cortados por redução de dotação e por fechamento de agências, nem garantias do local onde serão realocados os bancários das agências que serão fechadas e ficarão no quadro de excesso”, explicou o diretor da FETEC-CUT/SP.
 
Para o coordenador da Comissão de Empresa, Wagner Nascimento, um pacote de medidas desse porte deveria ser discutido com a sociedade e os funcionários, não ser "informado" pela imprensa. "Fechamento de centros de serviços e centenas de agências vão prejudicar muito os trabalhadores. O banco precisa respeitar mais seus funcionários e pode começar abrindo um canal de negociação efetiva quanto aos impactos das medidas anunciadas", criticou.
 
Além de prejudicar os funcionários, a restruturação do Banco do Brasil vai prejudicar também a sociedade. O Banco do Brasil é principal responsável pelo oferecimento de crédito agrícola aos pequenos e médios proprietários.
 
OUTRAS AÇÕES
Esta foi a primeira das ações sindicais em protesto contra a reestruturação do BB. “Os funcionários estão tomando a consciência de que só o bancário vai salvar o Banco do Brasil, de que só o trabalhador pode reverter essa situação e salvar a empresa”, afirmou o integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga. Ele disse ainda que o ato de hoje foi um ‘esquenta’ para um dia nacional de paralisações.
 
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  Fonte: FETEC-CUT/SP