Em seu 14º dia, a greve dos bancários fechou 13.071 agências em todo o país, o que representa 56% das agências do país. É o maior número de agências paralisadas em toda a história. Na base dos sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) ficaram fechadas 2.187 locais de trabalho da categoria.
 
“Os banqueiros ganham muito e não reconhecem o trabalho dos bancários. Por isso, de maneira geral, a greve continua crescendo”, disse Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.
 
GANANCIA DOS BANQUEIROS
A receita obtida com tarifas de serviços bancários pagas pelos clientes cresceu 8,7% no primeiro semestre de 2016, em comparação com o mesmo período do ano passado. Mas, neste mesmo tempo, houve uma redução de 13,6 mil postos de trabalho nos bancos. Assim, os clientes, que pagaram mais com tarifas por serviços, não viram a mesma melhora no atendimento, pois os bancos reduziram o número de funcionários e, assim, prejudicaram o atendimento.
 
“Os banqueiros cobram caro de seus clientes, mas precarizam o atendimento. Cada dia é mais difícil o cliente ter contato direto com o bancário, quando têm que fazer alguma coisa em uma agência, enfrentam filas enormes para serem atendidos. Querem ganhar cada vez mais, mas não querem proporcionar atendimento rápido e eficaz aos clientes, tampouco querem reconhecer o trabalho dos bancários”, explicou a presidenta da FETEC-CUT/SP.
 
Aline explica ainda que os donos de bancos ganham com crise ou sem crise, mas usam a situação econômica do país como desculpa para impor à categoria um reajuste abaixo da inflação e que, tal prática deprecia não apenas os salários, mas também outros direitos conquistados que são reajustados pelo mesmo índice.
 
A categoria aguarda da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma nova data para negociação sobre a minuta de reivindicações entregue aos bancos no início de agosto, mas não aceita a proposta de arrocho apresentada pelos banqueiros.
 

Fonte: FETEC/SP