
Depois de uma mesa de negociação onde a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) insistiu em uma proposta que sequer repõe as perdas com a inflação, no nono dia a greve dos bancários cresceu ainda mais nas cidades do interior e da Grande São Paulo que fazem parte da base dos sindicatos da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP). Na capital, a paralisação se expandiu também para os centros administrativos dos bancos. Nesta quarta-feira (14), 12.386 agências e 46 Centros Administrativos tiveram as atividades paralisadas em todo o país. O número representa 53% de todas as agências do Brasil.
Na mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban realizada na terça-feira (13), os bancos insistiram na proposta de reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria.
“A Fenaban quer arrochar salários, vales refeição e alimentação, o auxílio creche, enfim, todos os direitos que levam em conta o índice de reajuste. Queremos uma proposta decente, sem perdas salariais”, disse Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.
Na capital, a greve parou também os centros administrativos dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) e do HSBC. A paralisação nos centros administrativos afeta o trabalho das agências bancárias, mesmo daquelas que permanecem em funcionamento.
“Ao apresentar uma proposta que sequer repõe as perdas com a inflação os bancos obrigam os bancários a cruzarem os braços e fechar as agências. Com isso, os banqueiros desrespeitam não apenas a categoria, mas toda a população que necessita dos serviços bancários”, afirmou a presidenta da FETEC-CUT/SP.
Nesta quinta-feira (15), às 16h, haverá uma nova rodada de negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários.
Principais reivindicações dos bancários
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Reajuste salarial: 14,62% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)
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PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90
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Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
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Vale alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo)
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Vale refeição no valor de R$ 880,00 ao mês
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13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês.
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Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
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Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
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Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
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Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
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Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
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Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte:
FETEC/SP