Fenaban mantém proposta de reajuste abaixo da inflação e greve continua.

Com a falta de proposta decente da Fenaban, a greve dos bancários cresce a cada dia e paralisou 2.086 locais de trabalho nas bases dos sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) nesta terça-feira (13). No Brasil, a paralisação atingiu 12.008 postos de atendimento.
“Os bancos compõem o setor econômico com o maior lucro do país. Os cinco maiores do segmento no Brasil lucraram quase R$ 30 bilhões no primeiro semestre. Ganham muito graças ao suor dos bancários, mas não querem valorizar os trabalhadores. A única alternativa para a categoria foi a greve, que será mantida e vai crescer a cada dia até que os bancos resolvam atender nossas reivindicações”, disse Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.
Os bancários de todo o país ficaram na expectativa de que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) atendesse as reivindicações da categoria na negociação que aconteceu na tarde desta terça-feira.
“Os bancários não querem fazer greve, mas não podemos aceitar que os bancos tenham altos lucros e nos apresente uma proposta de reajuste que sequer repõe a inflação”, disse a presidenta da FETEC-CUT/SP.
A reunião de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, realizada na tarde de terça-feira (13), em São Paulo, terminou sem avanços. Os bancos insistiram na proposta de reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria.
A orientação do Comando Nacional dos Bancários é para que os trabalhadores fortaleçam ainda mais a greve em todo o Brasil.
Principais reivindicações dos bancários
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Reajuste salarial: 14,62% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)
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PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90
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Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
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Vale alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo)
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Vale refeição no valor de R$ 880,00 ao mês
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13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês.
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Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
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Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
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Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
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Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
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Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
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Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte:
FETEC/SP