Nova rodada de negociações com a Federação dos Bancos acontece na terça-feira (13).

A greve dos bancários continuou firme no sétimo dia de paralisação das agências bancárias. Quase 1900 locais de trabalho ficaram fechados na segunda-feira (12) nas bases dos sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP). No Brasil, foram paralisados 11.531 agências e 48 centros administrativos. O número representa 48,97% de todas as agências do Brasil. A mobilização cresceu 15%, na comparação com a sexta-feira (9).
“Amanhã haverá uma nova rodada de negociações. É bom que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nos apresente uma proposta que atenda as reivindicações da categoria, pois os bancários já demonstraram que não aceitarão perdas. Aceitar reajustes abaixo da inflação é voltar aos anos noventa, quando os salários eram reajustados abaixo da inflação”, disse Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.
Na reunião de negociação realizada na sexta-feira (09/09) com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban apresentou uma proposta de reajuste de apenas 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche/babá, mais um abono de R$ 3,3 mil. A proposta dos bancos não cobre, sequer, a inflação do período entre setembro de 2015 e agosto de 2016 e representa uma perda de 2,39% para a categoria. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários na própria mesa de negociações.
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Uma nova rodada de negociação foi agendada para terça-feira (13), em São Paulo. “Nossa proposta já foi apresentada quando entregamos a minuta de reivindicações aprovada em nossa Conferência Nacional. Ela não contempla perdas para a categoria”, afirmou a presidenta da FETEC-CUT/SP.
Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período (9,62%) mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa do emprego, também são prioridades para a categoria bancária.
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
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Reajuste salarial: 14,62% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)
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PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90
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Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
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Vale alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo)
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Vale refeição no valor de R$ 880,00 ao mês
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13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês.
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Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
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Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
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Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
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Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
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Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
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Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte:
FETEC/SP