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quinta-feira, 18 de abril de 2024

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publicado em 31/08/2016

Chuva de “nãos” em negociação com a Caixa

Sem apresentar qualquer proposta concreta para as demandas dos trabalhadores, banco público empurra empregados para a greve; assembleia é quinta-feira 1º.
 
São Paulo – “Uma chuva de nãos”. Assim, o diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Dionísio Reis, definiu a terceira rodada de negociações entre representantes dos empregados e da direção da Caixa. Mesmo de posse dasreivindicações desde o dia 9 de agosto, o banco não apresentou proposta palpável.
 
Caixa 100% pública – Uma das cobranças dos empregados é a manutenção do caráter público do banco. Na mesa, foi realizado um ato com a abertura de cartazes e uma fala do coordenador da CEE e diretor do Sindicato, Dionísio Reis, em defesa da Caixa 100% Pública. “Não aceitamos o fatiamento, com a venda de áreas como loterias, seguros e cartões. Algo ventilado na imprensa. O próprio presidente é contraditório. Por vezes confirma a intenção privatista, outras desmente”, destaca Dionísio Reis.
 
“Os representantes do banco dizem depender das políticas de governo. Se a intenção for o fatiamento, a abertura de capital, vão levar adiante. Portanto, é fundamental a mobilização dos empregados e da população na defesa da Caixa 100% pública. Não podemos aceitar que o banco seja submetido à lógica de mercado em detrimento do seu importante papel social e estratégico para o Brasil”, acrescenta.
 
Caixas – Outro ponto de destaque na negociação foi a volta da função de caixas. Apesar da direção do banco negar a extinção do cargo, o normativo RH184 prevê apenas a existência do “caixa minuto”.
 
“São colocados no caixa só quando a demanda é alta. Isso acarreta maior risco de erros, já que o trabalhador não possui prática e é pego no susto. E não vale a pena financeiramente: caso o bancário cometa um erro, pode perder muito mais que o valor da gratificação pelo tempo no caixa”, critica Dionísio.
 
Outro exemplo de problema no RH184 é a restrição ao acesso dos empregados à incorporação de função. “Em caso de descenso, antes o empregado não precisava procurar a Justiça para garantir incorporação proporcional. Agora, com o RH184, ele precisa recorrer ao judiciário. Assim, o banco intensifica a judicialização das relações de trabalho”, explica o coordenador da CEE.
 
Sobre a revogação da RH184, a Caixa não apresentou nenhuma proposta.
 
Descomissionamento – De acordo com Dionísio, uma conquista histórica dos bancários da Caixa é o processo seletivo interno. Porém, por outro lado, o banco sempre manteve em segredo a questão do descomissionamento.
 
“Mesmo o processo seletivo foi flexibilizado pela direção do banco, com denúncias de haver nomeações. Já o descomissionamento sempre ficou nas mãos do gestor, que aplica critérios subjetivos de forma arbitrária. Inclusive, é bom pontuar que ameaças de descomissionamento, configuram-se assédio moral”, diz o diretor do Sindicato.
 
Na mesa, a direção do banco admitiu arbitrariedades por parte de gestores no descomissionamento, mas declarou não ter intenção de abrir discussão com empregados sobre a questão.
 
Reestruturação – Outra prioridade dos trabalhadores é a discussão prévia e transparente de qualquer processo de reestruturação.
 
“Temos um processo de reestruturação suspenso, que nos normativos do banco oferece uma série de garantias aos trabalhadores. Mas, pelas beiradas, a direção da Caixa vai aplicando uma reestruturação disfarçada, dia após dia, com a remodelagem de áreas específicas, como aconteceu na Cehag. Neste caso, nem mesmo garantias previstas para reestruturações são asseguradas”, denuncia Dionísio.
 
Novamente, a direção da Caixa não se pronunciou.
 
“A direção da Caixa, além de não avançar em nenhum ponto, tem descumprido questões acordadas em anos anteriores como o Saúde Caixa, no qual não utiliza o superávit para melhoria do plano. Isso já se arrasta por dois anos. Cobramos a efetivação, já no âmbito da Campanha, da utilização do superávit e redução da coparticipação dos empregados. Outro exemplo é o grupo de representantes do banco e empregados que deveria debater a Funcef, mas não foi efetivado pela direção da Caixa até hoje”, critica o dirigente sindical.
 
“Esta postura intransigente e desrespeitosa está empurrando os bancários para a greve. Todos os empregados devem comparecer à assembleia de quinta-feira 1º. Em caso de ameaça ou perseguição, devem procurar o Sindicato. O momento agora é de construir uma grande mobilização em torno da Caixa 100% pública e por nenhum direito a menos, além das reivindicações gerais da categoria”, conclui Dionísio.
 
Fonte: Seeb/SP
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