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sexta-feira, 19 de abril de 2024

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publicado em 21/06/2016

Por que o ministro da Casa Civil não defende a terceirização na frente dos trabalhadores?

Proposta é para que Eliseu Padilha tente defender terceirização na porta de fábrica
 
No dia 16 de junho a Folha de S. Paulo publicou em seu site uma matéria em que afirma que Eliseu Padilha, ministro golpista da Casa Civil, defendeu a terceirização em um evento com empresários e foi aplaudido de pé.
 
"Temos que caminhar no rumo da terceirização. Aquele projeto que está no Senado deve ser votado com alguma rapidez", afirmou Padilha.
 
Nós, as entidades que representam e organizam os trabalhadores do ramo metalúrgico em todo o Brasil, desafiamos o ministro golpista a defender a terceirização na frente dos trabalhadores. Ser aplaudido por empresários do setor privado por defender uma proposta que rasga a CLT e retira direitos duramente conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros é fácil.
 
Propomos a Eliseu Padilha que vá até a porta de uma fábrica e pergunte diretamente para os trabalhadores quem quer ser terceirizado. Ou para sermos mais objetivos: quem quer ser demitido e recontratado com salários achatados, sem direitos, com condições precárias de trabalho.
 
A realidade dos trabalhadores brasileiros que já são terceirizados demonstra que um dos principais problemas é o calote. As empresas contratantes não cumprem as obrigações trabalhistas. Os acidentes e as mortes no trabalho são a outra terrível faceta da terceirização no país: 80% dos casos acontecem com trabalhadores contratados nessa condição. A conclusão é óbvia também para especialistas: os terceirizados estão mais sujeitos a acidentes e mortes no local de trabalho do que os trabalhadores contratados diretamente.
 
A organização sindical e negociação coletiva também está em cheque com a terceirização. A ação coletiva dos trabalhadores, seja por meio de organizações de representação por empresa ou sindicatos, seria uma forma eficaz de combater os malefícios da terceirização. Entretanto, a soma do formato da terceirização em prática no Brasil - pautada exclusivamente pela redução de custos - com a legislação que regulamenta a organização sindical, acaba por inviabilizar a defesa dos trabalhadores em relação à precarização e às desigualdades no mercado de trabalho.
 
CAMPANHA SALARIAL
A luta contra a terceirização também está presente na Campanha Salarial 2016. Com o tema: “Sem pato, sem golpe, por mais empregos e direitos”, os metalúrgicos CUTistas do Estado de São Paulo colocam como um dos eixos da campanha: “Não à terceirização e à perda de direitos”. Os outros eixos são reposição da inflação e aumento real, estabilidade e geração de empregos, valorização dos pisos salariais e jornada de trabalho de 40 horas semanais.
 
Para nós, não é novidade os ataques que a classe trabalhadora está sofrendo por parte do governo interino e golpista. Alertamos inúmeras vezes sobre esta situação que vivenciamos atualmente e reafirmamos nosso compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil.
 
Gostaríamos que o ministro Eliseu Padilha aceitasse nosso convite para debater com os trabalhadores na porta de uma fábrica o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015 – que libera a terceirização sem limites. É só agendar.
 
 
 
Luiz Carlos da Silva Dias
Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo
 
Paulo Cayres
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT
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