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quinta-feira, 28 de março de 2024

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publicado em 28/06/2016

Bradesco amplia terceirização no Telebanco Santana

Aos poucos, banco está delegando atendimento de pessoas jurídicas para prestadora de serviço Atento; Sindicato tomará medidas judicias cabíveis.
 
São Paulo – Aos poucos, o Bradesco está terceirizando todo o atendimento de pessoas jurídicas. Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato, projeto-piloto no Telebanco Santana, concentração bancária localizada na capital paulista, delegou para a prestadora de serviço Atento o atendimento de empresas de grande porte.
 
“A Atento já era responsável pelas pequenas e médias empresas. Agora, o banco está repassando para os terceirizados também as grandes empresas, serviço até então de atribuição exclusiva dos bancários. Soubemos que dez postos de atendimento foram instalados para este fim e que gestores do Bradesco repassam para os treinadores da Atento os procedimentos necessários. Aos poucos, sem gerar alarde, o banco vai terceirizando todos os seus serviços”, explica o dirigente sindical e funcionário do Bradesco Marcos Amaral, o Marquinhos.
 
“A terceirização é ruim para o trabalhador e também para o cliente. O terceirizado trabalha em média três horas a mais por semana, no setor bancário ganha 70% menos e não possui os mesmos direitos do contratado direto. Já o cliente, sem saber, entrega dados sigilosos para empresas que desconhece”, acrescenta.
 
“Muro da vergonha” – Outro grave problema relacionado à terceirização no Telebanco Santana é a forma como o Bradesco tenta evitar o contato entre bancários e terceirizados, que trabalham no mesmo andar e prestam o mesmo serviço.
 
“São separados por uma divisória que impede até mesmo o contato visual entre os dois grupos. Além disso, entram por portas diferentes. Segregação total. O Bradesco não quer o terceirizado comparando remuneração e direitos com o bancário. É o verdadeiro muro da vergonha”, critica Marquinhos.
 
“Na surdina, o banco tenta terceirizar tudo. Por isso, são tão importantes as denúncias dos funcionários. O Sindicato já procurou o Bradesco para tratar dessa questão da terceirização no Telebanco Santana, mas não teve retorno. Assim, vamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis para impedir esse verdadeiro assalto à legislação trabalhista. Quem trabalha em banco, bancário é”, conclui o dirigente sindical.
 
Denuncie – Para fortalecer a luta contra a terceirização, os trabalhadores devem denunciar a prática ao Sindicato por meio dos dirigentes, pelo 3188-5200 ou pelo Fale Conosco (Clique aqui e escolha o setor site). O sigilo é garantido.
 
Retorno – Após publicação desta matéria, o banco entrou em contato com o Sindicato para informar que, além dos bancários, duas empresas prestam serviços no Telebanco Santana: Scopus, suporte de equipamentos da Net Empresa (plataforma digital de atendimento PJ); e a Atento, responsável pelo help desk da navegação no sistema.
 
Segundo o Bradesco, apenas bancários tem acesso à dados sigilosos de clientes. Sobre a separação de terceirizados e bancários, diz ser necessária já que são funcionários de empresas diferentes, protegendo assim dados sigilosos. A instituição ainda admite a existência de prepostos, contratados diretamente por ela, que fiscalizam as atividades da Atento, mas diz não existir relação de subordinação.
 
 
Felipe Rousselet – 27/6/2016
(Atualizado às 18h22)
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