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quinta-feira, 28 de março de 2024

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publicado em 25/07/2016

Atividades das mulheres negras denunciam violência de raça e gênero

Mulheres negras de todo o país realizam nesta semana uma série de atividades para celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra (25 de julho), além de dar visibilidade aos casos de racismo e violência de gênero e promover o empoderamento das mulheres negras.
 
Tereza de Benguela, ou “Rainha Tereza”, é um ícone da resistência negra no Brasil Colonial. Nascida no século XVIII, ela chefiou o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Comandada por Tereza de Benguela, a comunidade cresceu militar e economicamente, resistindo por quase duas décadas, o que incomodava o governo escravista. Após ataques das autoridades ao local, Benguela foi presa e se suicidou após se recusar a viver sob o regime de escravidão.
 
A data foi instituída por meio da Lei nº 12.987/2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, e entrou em vigor no dia 2 de junho de 2014. A inspiração vem do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, criado em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana.
 
A secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), Crislaine Bertazzi, explica que as demandas da população negra ganharam importância na agenda política nacional a partir do governo Lula, com o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010). “Isso porque apesar de corresponder a grande parte dos brasileiros, a população negra era menosprezada e, mesmo com todas as leis que defendem seus direitos e criminaliza o racismo, ainda sofre com preconceitos e a desigualdade de oportunidades e de direitos. Sem contar a violência contra a juventude negra”, diz a dirigente da FETEC/SP.
 
Crislaine acrescenta que, de acordo com os coletivos de mulheres negras, a violência é crescente, principalmente a sexual, “pelo simples fato de elas serem mulheres e mais ainda por serem negras”.
 
ATIVIDADES
Serão realizadas marchas, festivais, rodas de conversa, oficinas e eventos culturais para lembrar a data e denunciar o genocídio da juventude negra e o desmonte das políticas públicas de igualdade de gênero e raça.
 
Em São Paulo, na segunda-feira (25), na sede da CUT, uma roda de conversa reuniu Dulce Xavier (trabalho e políticas públicas para mulheres negras); Solange Machado (intolerância religiosa e seus reflexos no trabalho e na vida das mulheres); Allyne Andrade (violência contra as mulheres); Amanda Amparo (encarceramento feminino e política de drogas) e Anatalina Lourenço (o golpe, as ameaças à educação pública e impactos na juventude negra).
 
A atividade é parte das ações da CUT na Década Internacional dos Afrodescendentes e dos 30 anos de Política de Gênero na maior central sindical do país (1986-2016).
 
Às 17h, haverá uma marcha, organizada por cerca de 50 entidades. A concentração será na Praça Roosevelt e seguirá com um ato político e cultural, que tem o apoio da Articulação de Organizações de Mulheres Negras (AMNB), por meio do Geledés, Instituto das Mulheres Negras.
 
No mesmo dia, em Belém, às 16h, também haverá uma marcha em defesa da cidadania de mulheres negras, mulheres de terreiros de matriz africana e mulheres quilombolas. A atividade é organizada pelo Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e pela Rede de Mulheres Negras. A marcha parte da escadinha em direção à Praça da República.
 
Em Brasília, começa nesta segunda, às 18h, o 9º Festival Latinidades, com intervenções artísticas e performances na Rodoviária do Plano Piloto. A programação segue até o próximo domingo com mesas de debate, oficinas, exposições, sessões de cinema, feiras e shows.
 
A Rede de Mulheres Negras do Nordeste promove, desde o início do mês, uma série de ações e também estará em atividade esta semana. Entre as organizações mobilizadas estão o Instituto Odara, na Bahia, o Ayabás - Instituto de Mulheres Negras do Piauí e o Bamidelê, na Paraíba.
 
Nesta segunda-feira, as Ayabás promovem a festa Mulheres Negras EnCantam, no Clube dos Diários, a partir das 19h. Já o grupo Bamidelê realiza às 18h, na Universidade Federal da Paraíba, o encontro Conversas Negras em Defesa da Democracia.
 
Em São Luís, no Maranhão, a Rede de Mulheres Negras do Nordeste faz a Ciranda das Pretas, às 18h30, na Praça Nauro Machado.
 
No Mato Grosso, em Cuiabá, uma roda de conversa sobre violência contra as mulheres negras e uma oficina de turbantes estão na programação da Casa do Conselho, no evento que começa a partir das 14h.
 
Em Curitiba, a Rede de Mulheres Negras do Paraná promove, das 14h às 22h, na APP Sindicato, uma série de debates e uma homenagem às mulheres negras ativistas paranaenses.
 
Marcha das Mulheres Negras
Dia: 25 de julho
Horário: a partir das 17h
Local: Praça Roosevelt


Fonte: FETEC/SP, com CUT e AMNB
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