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quarta-feira, 17 de abril de 2024

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publicado em 04/07/2016

Bradesco força acordo de compensação de horas

Banco pressiona bancários a se declararem disponíveis para extras e ainda mente dizendo que tem anuência da presidenta do Sindicato; entidade não concorda com postura irregular e orienta trabalhadores a não assinarem documento

O Bradesco está obrigando funcionários de departamentos da Cidade de Deus a assinarem acordo individual de compensação de horas. Segundo denúncias de bancários, gestores do banco alegam que essa prática tem a anuência da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região, Juvandia Moreira, o que é mentira.

“O Sindicato nunca se reuniu com o banco para negociar acordos individuais de qualquer natureza, até porque não concorda com esse tipo de convenção, pois entende que o trabalhador não tem liberdade para negar a proposta do empregador sob o risco de ser demitido. Isso é coação. Se o trabalhador não tem liberdade para negar, isso deixa de ser um contrato e passa a ser uma imposição, e, portanto, é inválido”, alerta Juvandia, que é bancária do Bradesco.

O formulário entregue pelo gestor da área deve ser assinado pelo trabalhador, por dois colegas como testemunhas e o próprio gestor. Apesar de o banco alegar ser espontânea a adesão ao acordo, o mesmo é entregue pelo gestor e possui prazo para ser formalizado.

“Confirmamos a prática no RH, DCPS e agora no DSC. Também temos informações de que acontece no Jurídico e DPCD. Se a adesão é espontânea, o banco deveria disponibilizar o documento no sistema para o bancário aderir por vontade própria, sem prazo ou constrangimento. Ainda mais em meio à atual política de cortes do banco, quando ninguém quer ficar na mira”, critica o dirigente sindical João Paulo.

“Apesar de o banco alegar que não se trata de contratação de horas extras ou banco de horas, que para sua formalização precisaria da anuência do Sindicato, um acordo como esse pode prejudicar o bancário. No documento, o funcionário se diz disponível para horas extras. Porém, ao trocar uma hora extra por uma não trabalhada, sai perdendo. A hora extra tem de ser paga acrescida de mais 50% da hora normal. Além disso, tem reflexos em outras verbas como, por exemplo, o FGTS”, explica o dirigente, apontando ainda a contradição de o Bradesco formalizar acordos de compensação de horas enquanto demite cada vez mais.

Diante dessa situação, potencialmente lesiva aos bancários, o Sindicato dos Bancários de São Paulo enviou mensagem aos funcionários do Bradesco orientando que não assinem o documento e denunciem qualquer pressão para tal. Além disso, o banco ficou de abrir diálogo com a representação dos trabalhadores sobre os termos do acordo.

DENUNCIE
Em caso de pressão para aderir ao acordo de compensação de horas, o bancário deve denunciar ao seu sindicato.

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